Difícil imaginar, no fim da década passada, que uma série baseada nos personagens do mundo fantástico e sanguinário de George R.R. Martin virasse um ícone de consumo cultural como Game of Thrones (GoT) é, hoje, no planeta. A ansiedade em torno da saga é tanta que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, solicitou à HBO o envio antecipado do capítulo de estreia da sexta temporada. Quem pode, pode.
Nós, fãs comuns, tivemos que esperar um ano pela noite deste domingo quando, às 22h, a emissora irá exibir, mundialmente, o primeiro episódio da sexta temporada de GoT - apelido da série. Os mais curiosos querem saber o que houve realmente com Jon Snow, o filho bastardo dos Stark violentamente esfaqueado no fim da temporada anterior e que parecia ter morrido.
Um dos segredos do sucesso da série parece ser justamente este: nada é o que parece ser. Os personagens principais podem ser trucidados do nada e a trama segue adiante, com um enredo delineado por traições, sexo, batalhas e muito, mas muito conchavo - afinal, todos querem é ocupar o famoso Trono de Ferro, cujo soberano manda nos Sete Reinos.
Game of Thrones deriva da série literária Crônicas de gelo e fogo, iniciada por Martin em 1996. As histórias são interligadas, mas focam, basicamente, em três eixos: uma guerra entre dinastias rivais pelo controle dos Sete Reinos; a ameaça crescente das criaturas sobrenaturais conhecidas como os Outros; e a luta de Daenerys Targaryen, filha de um rei deposto, para ocupar o trono que considera seu por direito. A série literária foi traduzida para vinte idiomas, tem mais de 4,5 milhões de cópias impressas nos Estados Unidos e vendeu mais de 25 milhões de exemplares mundialmente.
GoT não economiza nas surpresas quando descamba para os assassinatos. Foi assim no primeiro ano, quando o patriarca dos Stark é decapitado a mando do psicopata rei Joffrey. Ou, ainda, no inesquecível casamento vermelho, ocorrido no fim da terceira temporada e que chocou fãs que não acompanham a trama pelos livros de Martin - muitos nem sonhavam com aquele banho de sangue. E Joffrey, terminando seu reinado literalmente roxo de tanto veneno? Merecido.
Nada disso seria tão bom sem um elenco de primeira. A pérfida Cersei Lannister, vivida brilhantemente por Lena Headley, tem alguns dos melhores diálogos - e cenas - da saga. Destaque também para Peter Dinklage, que interpreta Tyrion Lannister; Kit Harrington na pele do mocinho Jon Snow ganhou mais espaço na trama e, claro, não há como esquecer da destemida Daenerys, a mãe dos dragões, vivida pela platinada Emilia Clarke. É dela o rosto aparentemente morto estampado na foto acima. A HBO, para criar suspense, divulgou diversos cartazes com imagens de alguns dos principais personagens mortos.
A partir deste domingo até 26 de junho, 10 novos capítulos irão ao ar pela emissora norte-americana, sempre às 22h. As reprises acontecem durante a semana. Como tradicionalmente faz todo ano, a HBO abre seu sinal no primeiro fim de semana, buscando, assim, aumentar o burburinho e a audiência da série.