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crise política

- Publicada em 28 de Março de 2016 às 21:44

PMDB sairá do governo federal por aclamação

O PMDB vai oficializar o desembarque do governo Dilma Rousseff (PT) por aclamação na reunião que a sigla realizará hoje. A decisão é resultado de articulação promovida pelo grupo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
O PMDB vai oficializar o desembarque do governo Dilma Rousseff (PT) por aclamação na reunião que a sigla realizará hoje. A decisão é resultado de articulação promovida pelo grupo do vice-presidente Michel Temer (PMDB).
A tendência é que o partido aprove ainda o prazo até o dia 12 de abril para que os sete ministros da sigla deixem seus cargos. O mesmo valerá para outros peemedebistas empregados em cargos de confiança na administração federal.
No início da noite de ontem, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), entregou carta de demissão à presidente Dilma.
A tomada de posição foi fechada após reunião entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o "último bastião" do governismo no PMDB.
Pelo acordo, Temer não presidirá a reunião que vai selar o desembarque. Os ministros peemedebistas também não irão à reunião.
Apesar dos apelos da presidente Dilma e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Planalto não conseguiu conter a tendência de debandada do PMDB, agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O formato da convenção de hoje foi fechado em reunião na residência oficial do Senado Federal com a presença de outros senadores peemedebistas.
Com o acordo, a tentativa do comando nacional do partido é evitar demonstrar a divisão do partido no encontro do diretório nacional da legenda.
Em estratégia esboçada com a presidente Dilma, os ministros do partido não devem participar da reunião de hoje. A ausência deles é vista, no entanto, com naturalidade pela cúpula nacional, que entende o constrangimento que eles poderiam passar no encontro.
Com a avaliação de que a "batalha desta terça-feira está perdida", o foco do Palácio do Planalto é tentar agora segurar a maior parcela possível do partido no movimento contrário ao impeachment.
Em conversa com o ex-presidente Lula no final da tarde de domingo em São Paulo, o vice-presidente descartou a possibilidade de que o PMDB continue no governo Dilma. Segundo interlocutores do petista, Temer teria dito que o processo de afastamento está muito adiantado nas bases do partido e que é praticamente certo que o PMDB decida pelo desembarque hoje.
Segundo interlocutores de Lula, a dúvida do governo agora é quanto ao tamanho da ala peemedebista que vai abandonar Dilma.
Lula e o PT vão agir para evitar que a reunião desta terça-feira reforce a ideia de que Temer está passando um rolo compressor sobre o PMDB e arraste consigo partidos menores que ainda se mantêm fiéis ao governo.

Lula aposta em coalizão com peemedebistas pró-governo

Lula apelou que deixem Dilma Rousseff trabalhar

Lula apelou que deixem Dilma Rousseff trabalhar


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Em entrevista a 24 correspondentes de veículos estrangeiros, realizada ontem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ver com tristeza a saída do PMDB do governo e criticou o juiz Sérgio Moro. O petista falou por mais de duas horas para representantes de veículos como o "The New York Times", "El País" e de agências como a "AP", "Reuters", "Efe" e "France Presse". "Pode acontecer o que aconteceu em 2003, de ter uma coalizão sem a concordância da direção", disse.
Na avaliação do petista, a provável saída do PMDB do governo não significará um abandono total do partido. Lula lembrou o início de seu governo, em 2003, quando parte do PMDB apoiava o seu governo, apesar de a cúpula da legenda não ter fechado uma aliança. O petista, de qualquer forma, lamentou a saída dos aliados. "Vejo com muita tristeza o PMDB abandonar o governo ou se afastar. Pelo que eu estou sabendo, os ministros do PMDB não sairão, e nem a Dilma quer que eles saiam."
O ex-presidente destacou ainda as diferenças regionais do partido aliado. "No segundo mandato, nós fizemos um acordo com o PMDB, que decidiu me apoiar. Ainda assim, a gente nunca teve todo o PMDB. Você tem vários estados em que o PMDB não quer apoiar o governo."
Lula revelou ainda que pretende procurar as lideranças do partido, entre eles o vice-presidente Michel Temer, para entender as razões da saída da legenda do governo. "Por que o PMDB quer sair do governo? Porque o PMDB não concorda com a política econômica. Isso tem que ficar explícito. Ninguém gosta de apoiar um governo quando ele não está bem na opinião pública."
Na entrevista coletiva, Lula chegou a fazer um apelo ao falar sobre a presidente Dilma Rousseff: "Deixem essa mulher governar".