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Petrobras

- Publicada em 21 de Março de 2016 às 18:09

Lava Jato prende operador de propinas em Portugal

A força-tarefa da Operação Lava Jato deflagrou sua 25ª fase na madrugada de ontem. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra o operador Raul Schmidt Felippe Junior, em Lisboa, Portugal.
A força-tarefa da Operação Lava Jato deflagrou sua 25ª fase na madrugada de ontem. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra o operador Raul Schmidt Felippe Junior, em Lisboa, Portugal.
Trata-se da primeira prisão no exterior de um integrante do esquema de corrupção da Petrobras. Essa etapa da Lava Jato foi batizada pelas autoridades portuguesas de "Polimento".
O suspeito foi encontrado no apartamento em que mora, numa área nobre da cidade. Segundo avaliações preliminares dos investigadores, o imóvel vale aproximadamente ¤ 3 milhões (cerca de R$ 12,4 milhões).
Investigado por suspeita de pagamento de propina aos ex-diretores da estatal Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró, ele também foi alvo de busca e apreensão. Os três ex-diretores estão atualmente presos.
Os mandados, expedidos pelas autoridades brasileiras, foram cumpridos pela Polícia Judiciária portuguesa e pelo Ministério Público local.
Por meio de nota, o Ministério Público português informou que as buscas que resultaram na prisão de Schmidt foram acompanhadas por uma equipe de brasileiros do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, sob "abrigo dos instrumentos legais de cooperação".
O operador, que vivia em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida sua ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado.
Além de atuar como operador, de acordo com o Ministério Público Federal, Schmidt "aparece como preposto de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da Petrobras".
Ele tinha dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, e havia se mudado para Portugal após a deflagração da Operação Lava Jato.
A data para que ele desembarque em território nacional dependerá da conclusão do processo de extradição junto às autoridades do país europeu.

Investigado teria recebido comissões de US$ 3 milhões

 FEDERAL JUDGE SERGIO MORO SPEAKS DURING A BUSINESS MEETING PROMOTED BY BUSINESS LEADERS GROUP (LIDE) IN SAO PAULO BRAZIL ON SEPTEMBER 24 2015. MORO IS IN CHARGE OF THE INVESTIGATION ON OIL GIANT PETROBRAS CORRUPTION SCANDAL.  AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

FEDERAL JUDGE SERGIO MORO SPEAKS DURING A BUSINESS MEETING PROMOTED BY BUSINESS LEADERS GROUP (LIDE) IN SAO PAULO BRAZIL ON SEPTEMBER 24 2015. MORO IS IN CHARGE OF THE INVESTIGATION ON OIL GIANT PETROBRAS CORRUPTION SCANDAL. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
Em julho de 2015, durante a 15ª fase da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro havia determinado o bloqueio de bens do operador Raul Schmidt Felippe Junior, preso em Portugal na 25ª fase da força-tarefa, e também do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada. Contra o operador, Moro determinou o bloqueio de R$ 7 milhões e, de Zelada, de até R$ 20 milhões.
Na ocasião, Zelada também teve sua prisão decretada, por suspeita de corrupção, fraude, desvio de verbas públicas e crimes fiscais, por ter movimentado dinheiro de contas no exterior para Mônaco mesmo após a deflagração das investigações sobre corrupção na Petrobras.
Os dois mantinham negócios juntos, como integrar a diretoria da TVP Solar, empresa de energia solar com escritórios na Suíça e no Brasil.
Documentos enviados pelas autoridades de Mônaco aos procuradores da Operação Lava Jato mostram que Schmidt recebeu US$ 3 milhões do estaleiro coreano Samsung a título de comissões por assessorá-la num contrato com a Petrobras.
Extratos bancários do Julius Baer indicam que US$ 2 milhões (equivalentes a R$ 6,3 milhões, à época) deste montante chegaram em junho de 2011 à conta da offshore Milzart Overseas, atribuída a Renato Duque, na época diretor de Serviços da Petrobras.
Os extratos bancários enviados por Mônaco mostram que uma offshore atribuída a Jorge Zelada fez depósitos de ¤ 809 mil (R$ 2,8 milhões, à época) para uma das contas de Schmidt entre 2012 e 2013.
Segundo o relatório do banco, os dois eram coproprietários de um apartamento, e Zelada teria adquirido a parte de Schmidt no imóvel. Os pagamentos referem-se a essa transação, conforme os documentos, mas não há detalhes sobre o imóvel.