O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a amigos que aceita assumir a Secretaria de Governo, hoje ocupada por Ricardo Berzoini (PT), mas depende da conversa com a presidente Dilma Rousseff (PT) para saber se terá carta branca para fazer as mudanças que julga necessárias, até mesmo na política econômica. Como ministro, Lula ganha foro privilegiado, garantindo sua blindagem nas investigações da Operação Lava Jato. Além de cuidar da articulação política do governo com o Congresso e da relação com os movimentos sociais na ofensiva contra o impeachment, Lula também ficará responsável pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. O Conselhão, como é conhecido, foi montado em 2003, no primeiro mandato de Lula, reunindo representantes do governo, trabalhadores e empresários.
Foi praticamente esquecido por Dilma até que, no auge da crise política, ela pediu para o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), reativá-lo. Recentemente, o Conselhão voltou a ser subordinado à Secretaria de Governo.
Antes de chegar a Brasília para a conversa com Dilma, Lula disse a um deputado de partido aliado: "Quero saber o que ela espera de mim". Até o fechamento desta edição, a reunião entre Dilma e Lula ainda não havia terminado.