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Política

- Publicada em 13 de Março de 2016 às 17:50

PMDB veta novos cargos no governo federal

Na convenção peemedebista, Temer foi reconduzido à presidência da sigla

Na convenção peemedebista, Temer foi reconduzido à presidência da sigla


VALTER CAMPANATO/ABR/JC
Em um primeiro sinal de rompimento com o governo Dilma Rousseff (PT), o PMDB aprovou, neste sábado, em convenção nacional, uma moção que impede que membros do partido assumam novos cargos no governo pelos próximos 30 dias. A proibição vale até o diretório nacional tomar uma decisão definitiva sobre o desembarque ou não da gestão da petista.
Em um primeiro sinal de rompimento com o governo Dilma Rousseff (PT), o PMDB aprovou, neste sábado, em convenção nacional, uma moção que impede que membros do partido assumam novos cargos no governo pelos próximos 30 dias. A proibição vale até o diretório nacional tomar uma decisão definitiva sobre o desembarque ou não da gestão da petista.
A convenção foi marcada por uma série de discursos e moções que pediram o rompimento com o governo. Uma "Carta de Brasília" foi lida pelos oposicionistas. O documento pede o desembarque imediato, mas a cúpula do partido adiou em um mês a decisão oficial. "O PMDB é um partido que, daqui a 30 dias, definirá sua posição", disse o ex-ministro Eliseu Padilha, escolhido segundo vice-presidente durante a Convenção Nacional da legenda, realizada em Brasília.
De acordo com Padilha, pelas manifestações durante a convenção, o "PMDB tem grandes possibilidades de ser independente". "A força predominante hoje na convenção foi pela saída, mas temos 30 dias pela frente e vamos ver o que acontece", afirmou.
Ontem, durante as manifestações de apoio ao governo de Dilma Rousseff (PT) e de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto (PT), tentou minimizar o posicionamento dos aliados. O gaúcho, que ocupou o cargo de Secretário-Geral da Presidência da República em 2015, disse que espera que os peemedebistas preservem "suas responsabilidades" com a democracia, a legalidade e a estabilidade política do País. "Eu entendo que o PMDB vai manter a sua responsabilidade como um partido de governo, que disputou e elegeu o vice-presidente da República (Michel Temer) e participa com força dentro do governo. Portanto, essa é a minha expectativa", declarou.
Na mesma linha, o deputado federal Pepe Vargas (PT), que teve uma breve passagem pela coordenação política no início do ano passado, afirma que a definição em nada muda a posição do partido. Segundo ele, o PMDB tem um setor pró-governo e outro contrário. "Interpreto essa decisão como uma tentativa de manter o mínimo de unidade partidária. Entretanto, a ala que defende o governo continuará a defender o governo. Acho que o PMDB não rompeu com o governo, os contrários continuam contra, como já faziam antes", comentou.
Já o ex-governador Tarso Genro (PT) foi mais enfático nas críticas aos resultados da convenção peemedebista. "Eles já saíram do governo há muito tempo e têm conspirado contra a possibilidade de retomada do crescimento, de ter uma outra política de juros e uma outra política de desenvolvimento. O PMDB está, na verdade, dando um aviso prévio de um movimento que já foi realizado e que pode ser traduzido pelo abandono do projeto de governo", analisou.
O PMDB tem a vice-presidência e seis ministérios. Durante a convenção, a ala governista pressionou para que o "aviso prévio" fosse maior. O ministro do Turismo, Henrique Alves, por exemplo, queria 60 dias.
Já o deputado federal Mauro Lopes (MG) ficará impedido de assumir a Secretaria de Aviação Civil nesta semana. O ministério havia sido prometido ao PMDB de Minas Gerais em troca do apoio à recondução do Leonardo Picciani (RJ), aliado do governo Dilma, à liderança do partido na Câmara.
Apenas a ala contrária ao governo discursou na convenção. Da cúpula, somente Temer, que foi reconduzido à presidência do partido, falou ao público. Os outros combinaram de não se manifestar. Para evitar hostilidades, os ministros peemedebistas também preferiram se calar. Marcelo Castro (Saúde) foi instado a falar ao microfone, mas não aceitou a provocação.
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