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Política

- Publicada em 09 de Março de 2016 às 18:12

Conselho investigará assinatura falsa de aliado de Eduardo Cunha

Integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vão pedir ao Ministério Público que investigue a falsificação da assinatura de um deputado e de um documento em uma manobra para tentar salvar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em seu processo de cassação.
Integrantes do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vão pedir ao Ministério Público que investigue a falsificação da assinatura de um deputado e de um documento em uma manobra para tentar salvar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em seu processo de cassação.
Dois laudos grafotécnicos atestam que a assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), na carta em que ele renuncia à vaga de titular no Conselho de Ética, é uma falsificação "grosseira" e "primária".
Partidos políticos também pretendem se unir para pedir a cassação do deputado do PR. Gurgel estava fora de Brasília na noite dos dias 1 e madrugada de 2 de março, quando o Conselho aprovou, com placar apertadíssimo 11 a 10 , a continuidade do processo de cassação do presidente da Câmara, de quem o deputado é declaradamente aliado.
A reunião do colegiado na manhã de ontem foi marcada por discussões sobre o assunto. Os membros do Conselho também pretendem pedir uma sindicância para apurar como se deu o processo de falsificação da assinatura de Gurgel. "Se confirmada, estamos diante de um crime e tentativa de fraude aos trabalhos do conselho, algo que temos que apurar seriamente sob pena de termos comprometidos os trabalhos. Isso é caso de polícia. Não podemos, diante de uma denúncia grave como essa, deixar de tomar algumas providências", afirmou Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo de cassação de Eduardo Cunha.
Cunha e aliados queriam evitar o voto do suplente de Gurgel, o deputado piauiense Assis Carvalho (PT), que passou aquela tarde votando requerimentos contra o peemedebista.
Ao notar que não seria possível evitar a votação do parecer preliminar, a única saída encontrada pelos cunhistas foi retirar o petista da vaga e colocar nela um aliado para tentar garantir os votos necessários.
A operação ocorreu tarde da noite. A carta de renúncia de Gurgel chegou ao conselho às 22h40min. Seis minutos depois, o líder da bancada do PR, Maurício Quintela (AL), ocupava a vaga de titular, que retornou para o companheiro do Amapá no dia seguinte, às 9h18min. Para dar tempo de todo processo ocorrer, Cunha esticou uma sessão esvaziada no plenário até depois de 23h, o que não tem o costume de fazer, com objetivo de aguardar a substituição no colegiado.
"Quando pedimos o afastamento do presidente das funções, fica claro, de forma direta ou indireta, que ele participou para poder alterar o resultado aqui do conselho. Essa manobra se constitui em um ato criminal. Verificada e confirmada, temos que saber quem fez, quem atestou, quem colaborou. Não vão impedir o nosso trabalho", afirmou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
O deputado Vinícius Gurgel foi ao Conselho de Ética hoje e justificou a assinatura. Segundo o deputado, ele assinou a carta, às pressas, antes de embarcar no aeroporto de Brasília. Gurgel disse ainda que toma remédio controlado há 3 anos e, nesse dia, também ingeriu bebida alcóolica. "Eu quis que um deputado do meu partido votasse para assegurar o meu voto", disse.
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