Já marcado antes do anúncio do novo parcelamento de salários por parte do governador José Ivo Sartori, o protesto realizado nesta quinta-feira por servidores estaduais acabou ganhando força com a medida. Os trabalhadores paralisaram suas atividades durante uma hora, em diferentes locais na Capital. A reivindicação principal é que o Estado conceda reajuste salarial para a categoria, que não recebeu nem mesmo a reposição da inflação no ano passado.
O Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais (Sindsepe) pretende promover uma hora de paralisação dos servidores todo o último dia do mês. Nesta quinta-feira, o ato de protesto se deu às 7h30min, no Ambulatório de Dermatologia Sanitária, às 10h15min, na Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), de onde os trabalhadores seguiram em caminhada para o Hospital Sanatório Partenon, depois para o Instituto Psiquiátrico Forense e, por fim, para o Hospital Psiquiátrico São Pedro. A partir das 11h, a mobilização se deu no Centro Administrativo Fernando Ferrari.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais (Sindsepe), Cláudio Augustin, os profissionais aprovaram, no dia 18 de março, em assembleia geral, a pauta de reivindicações da campanha salarial de 2016. "O Rio Grande do Sul não está pagando em dia os salários e está causando vários retrocessos, como a aprovação da previdência complementar e a Lei de Responsabilidade Fiscal, e segue ameaçando os servidores. Temos direito a um reajuste salarial anual, como qualquer trabalhador brasileiro, e, no ano passado, já não tivemos. Há risco de não termos neste ano e até no ano que vem. Estamos chamando os servidores para a mobilização, para garantirmos nossos direitos e recuperarmos o que perdemos", aponta.
Augustin critica a atitude de Sartori, de novamente parcelar os salários. "O governador anuncia a forma como vai pagar e quando vai pagar, enquanto há decisão judicial dizendo que o Estado deve pagar todo o salário até o último dia do mês. Ele está descumprindo isso, o que não aceitamos. Pretendemos entrar, em breve, com uma representação junto ao procurador-geral da República, comunicando o descumprimento da decisão praticado por Sartori", destaca.
O pagamento da folha salarial de março será parcelado em nove vezes. Inicialmente, os servidores receberão a quantia de R$ 1.250,00, valor integral para 24,58% dos 347 mil trabalhadores do Estado. As outras oito parcelas ainda não têm data ou quantia definidas.