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Economia

- Publicada em 31 de Março de 2016 às 19:06

BC prevê estouro da meta de inflação para este ano

 CHEFE DO DEPARTAMENTO ECONÔMICO DO BC ALTAMIR LOPES_FOTO MARCELLO CASAL JR_ABR

CHEFE DO DEPARTAMENTO ECONÔMICO DO BC ALTAMIR LOPES_FOTO MARCELLO CASAL JR_ABR


MARCELLO CASAL JR/ABR/JC
Com a perspectiva de a inflação estourar a meta este ano (6,6%), o Banco Central (BC) afirmou, nesta quinta-feira, que não trabalha com a hipótese de reduzir a taxa básica de juros, a Selic. A informação está no Relatório de Inflação do BC, divulgado trimestralmente.
Com a perspectiva de a inflação estourar a meta este ano (6,6%), o Banco Central (BC) afirmou, nesta quinta-feira, que não trabalha com a hipótese de reduzir a taxa básica de juros, a Selic. A informação está no Relatório de Inflação do BC, divulgado trimestralmente.
Essa é a primeira vez que o Banco Central projeta o estouro da meta para este ano. O centro da meta de inflação é 4,5% e o limite superior é 6,5%. A Selic é o principal instrumento do BC para o controle da inflação. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
No relatório, o BC ressaltou que há incertezas quanto ao comportamento recente das expectativas e das taxas observadas de inflação, combinados com a presença de mecanismos de indexação (reajuste de preços com base em índices de inflação). O BC também destacou que o processo de realinhamento de preços livres em relação aos administrados e dos domésticos em relação aos internacionais é mais demorado e intenso que o previsto. "Adicionalmente, remanescem incertezas em relação ao comportamento da economia mundial", disse a instituição. No texto, o BC cita que incertezas quanto ao processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição também afetam a inflação.
Segundo o Banco Central, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior à meta é 55%, em 2016 e 22%, em 2017. Para o mercado, essa probabilidade é 65%, em 2016, e 33%, no próximo ano. Ao comentar o relatório, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, disse que uma inflação baixa e estável é sempre precondição para crescimento sustentável. "Mais que uma missão, esse é um compromisso do BC", pontuou.
A instituição projeta aumento dos preços administrados por contrato e monitorados em 6,1% este ano, ante 5,9% previsto em dezembro. A estimativa para o reajuste médio das tarifas de ônibus urbano é 9,9%. A projeção para os preços da energia elétrica é de redução de 3,5%. Para 2017, a projeção para os preços administrados é 5%, mesmo valor considerado no relatório anterior.
Altamir Lopes afirmou também que a desvalorização do real trouxe benefícios para a balança comercial. "Mudança do câmbio, associada à acomodação da demanda doméstica e à competitividade do trabalho trouxeram benefícios", disse. Ele destacou que a redução do déficit em transações correntes tem como contrapartida uma quase estabilidade do investimento direto no País, com uma queda que "não é tão expressiva".
O diretor do BC avaliou que a questão fiscal brasileira tem sido marcada por uma desaceleração muito pronunciada das receitas, mas com redução das despesas bem inferior. Ele citou que o comportamento leva a um resultado fiscal primário deficitário de 2,1% do PIB em 12 meses até fevereiro, incluindo o pagamento das pedaladas.
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