Nesta quinta-feira, em Washington (EUA), o ministro do Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse que mais empresas brasileiras estão vendendo aos Estados Unidos: de 2014 a 2015, foi registrado um crescimento de 9%, chegando a 6.471 empresas. Ele afirma que a crise econômica no Brasil e a necessidade de se buscar novos mercados, o novo padrão da cotação do dólar e acordos que facilitam a exportação estão por trás deste resultado.
"A exportação aos Estados Unidos é muito positiva, pois 75% do que vendemos aos americanos é de produtos industrializados ou semimanufaturados. Os EUA são um mercado maior para estes produtos que a Argentina", disse, lembrando que estes produtos sofrem menos variações de preços e tem maior valor agregado. Monteiro contou que estão realizando diversas reuniões para retirar barreiras não tarifárias, como a criação de padrões comuns para produtos, o que facilita a exportação. O ministro se reuniu como Michael Froman, representante comercial do governo americano, e acertou a ativação do Tratado de Cooperação Econômica e Comercial (Atec), um fórum direto entre os governos para debater questões comerciais. Monteiro afirmou que uma das questões que os dois países deverão atuar conjuntamente é na questão do aço, que sofre com um excesso de oferta.
"Em 1980, o Brasil e a China tinham a mesma produção de aço. Hoje, a produção de 15 dias da China equivale a toda a capacidade de produção brasileira", afirmou ele, que vê problemas na China, que mantém siderúrgicas pouco eficientes trabalhando por questões sociais. Ele afirmou que os dois países podem atuar conjuntamente neste debate e citou um novo fórum sobre o tema na OCDE. Monteiro afirmou que ainda em abril o Mercosul deverá entregar suas propostas de acordo comercial com a União Europeia. Ele não detalhou quando serão entregues estas propostas.