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Crédito

- Publicada em 29 de Março de 2016 às 17:56

Juros do cartão atingiram 447,5% ao ano em fevereiro

 CARTÃO DE CRÉDITO E CARTÃO DE DÉBITO.

CARTÃO DE CRÉDITO E CARTÃO DE DÉBITO.


MARCO QUINTANA/JC
As condições do crédito continuam piorando para os consumidores de acordo com dados do Banco Central (BC). Em fevereiro, os juros cobrados no cartão de crédito atingiram 447,5% ao ano - alta de oito pontos percentuais (p.p.) em relação a janeiro e de 16,1 p.p. neste ano. É a maior taxa desde 2011, quando começou a série do BC. Quem ficou pendurado no cheque especial pagou no mês passado uma taxa de 293,9% ao ano - o mesmo patamar para o período desde 1994. No empréstimo pessoal (sem desconto em folha), os juros atingiram 122,8%, ao ano em fevereiro (aumento de 4,3 p.p.).
As condições do crédito continuam piorando para os consumidores de acordo com dados do Banco Central (BC). Em fevereiro, os juros cobrados no cartão de crédito atingiram 447,5% ao ano - alta de oito pontos percentuais (p.p.) em relação a janeiro e de 16,1 p.p. neste ano. É a maior taxa desde 2011, quando começou a série do BC. Quem ficou pendurado no cheque especial pagou no mês passado uma taxa de 293,9% ao ano - o mesmo patamar para o período desde 1994. No empréstimo pessoal (sem desconto em folha), os juros atingiram 122,8%, ao ano em fevereiro (aumento de 4,3 p.p.).
De acordo com o relatório do BC, os juros médios cobrados dos consumidores em fevereiro alcançaram 39,9 % ao ano - aumento de 0,7 p.p. na comparação com o mês anterior. Do lado das empresas, os juros caíram levemente em 0,1 p.p. no mês passado, para 22,7% ao ano. O índice de inadimplência (atrasos superiores a 90 dias) ficou estável em 4,5%. Já o ganho dos bancos com os spreads (diferença entre o custo de captação e o valor cobrado dos tomadores na ponta), atingiu 20,8% - alta de 1 p.p.
Os dados mostram ainda que o volume total de crédito em circulação na economia atingiu R$ 3,184 trilhões no mês passado, queda de 05 p.p. na comparação com janeiro. No ano, o recuo é de 1,1 p.p.. Diante do cenário, o BC revisou para baixo as projeções para a expansão dos empréstimos em 2016: a estimativa foi reduzida de 7% para 5% - o equivalente a 54% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2015, a alta foi de 6,6% (54,5% do PIB). Para o BC, os financiamentos concedidos pelos bancos privados cairão de 2% para 1% e o caso das instituições públicas, a previsão para o crescimento do crédito caiu de 9% para 8%.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, explicou que os dados do primeiro bimestre do ano reforçam a tendência de desaceleração do crédito para as famílias e empresas - resultado da recessão econômica e da piora nas condições de financiamento, como juros e spreads mais altos. Ele disse ainda que os bancos estão mais rigorosos, as famílias mais cautelosas em assumir dívidas e as empresas, com menor apetite por novos financiamentos. "A gente observa uma seletividade maior por parte dos bancos e por parte das famílias também há uma preocupação com a gestão financeira, uma cautela com a tomada de novos empréstimos, tanto que o crédito evoluiu moderadamente", disse Maciel.
Ele destacou a queda acentuada nos financiamentos de veículos de 1,6% no primeiro bimestre deste ano e de 13,5% em 12 meses. As operações à vista com cartão de crédito também tiveram uma redução de 3,4% em fevereiro. O crédito imobiliário continua crescendo, mas em um ritmo bem menor, de apenas 1,1% em janeiro e fevereiro. Em 2015, a alta foi de 13,5% e em 2010, de 55%. A redução na concessão dos empréstimos da casa própria, segundo Maciel, também está associada ao aumento das taxas de juros nessa modalidade. Na segunda-feira, dia 28, a Caixa Econômica Federal, líder no segmento, elevou os juros dos financiamentos habitacionais.

Financiamento do Bndes para empresas caiu 1% no mês passado

Maior empréstimo foi para prestadora de serviços de Araçatuba

Maior empréstimo foi para prestadora de serviços de Araçatuba


DANILO UCHA/JN/ARQUIVO/JC
O relatório do BC mostrou queda nas concessões às empresas pelo Bndes - o reduz os investimentos da economia - reflexo também da alta na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e queda na atividade. O saldo dos financiamentos da instituição caiu 1% no primeiro bimestre deste ano, somando um total de R$ 626,748 bilhões. Em 12 meses, ainda há uma expansão de 4,6%.
Em fevereiro, houve recuo de 2,7% nas linhas de capital de giro (R$ 13,931 bilhões), queda de 1,0% no financiamento ao investimento (R$ 599,602 bilhões) e uma alta de 1,3% nas modalidades para o setor rural (R$ 13,215 bilhões) por parte do banco de desenvolvimento.
Para pessoas físicas, o crédito do Bndes avançou 1,2% em janeiro, para R$ 47,396 bilhões. A alta em 12 meses está em 6,2%. No caso das concessões do banco, a elevação das taxas de juros e o nível de atividade levaram a um recuo nos dados. Em fevereiro ante janeiro, as concessões caíram 21,7%, chegando a 4,614 bilhões. No bimestre, a queda é de 33,3% e em 12 meses, de 23,8%. "As taxas de juros do Bndes se elevaram consideravelmente desde 2013", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Também houve redução nos empréstimos às empresas, com recursos aplicados livremente pelos bancos: o saldo da linha de desconto de duplicatas caiu 20,5% no primeiro bimestre do ano e de capital de giro, 3%. Apesar da estabilidade no índice geral de inadimplência, os atrasos no financiamento de capital de giro com prazo inferior a 365 anos subiram 1,9 p.p. em 12 meses, o que mostra maior dificuldade de pequenas e médias empresas em honrarem seus compromissos.

Endividamento das famílias com bancos fica em 44,6% em janeiro

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 45,2% em novembro para 44,3% em dezembro e para 44,6% em janeiro, conforme dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporada na Nota de Crédito pelo BC em agosto de 2015. Os dados de endividamento de dezembro do ano passado e de janeiro deste ano foram divulgados apenas nesta terça-feira, quando foi distribuída a Nota de Crédito de fevereiro.
O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou uma baixa em dezembro, ficando em 25,6% da renda anual. Em novembro, estava em 26,3%. Em janeiro, no entanto, apresentou uma leve elevação para 25,8%.
Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) caiu um pouco de novembro (21,8%) para dezembro (20,9%). Em janeiro, ficou em 21,8%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 19,3% em novembro para 18,5% em dezembro e 19,4% em janeiro.