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Economia

- Publicada em 27 de Março de 2016 às 19:26

Brasileiros aproveitam desvalorização do dólar para fechar compra de pacotes internacionais

O psicólogo Douglas Gomes da Silva, 37, vinha pesquisando para onde iria viajar nas suas férias no próximo mês com a mulher e o filho de três anos. Ele cogitava descansar em um resort na Costa do Sauípe, na Bahia, quando, no começo deste mês, percebeu que o dólar estava mais barato, saindo de perto dos R$ 4 no final de fevereiro e caindo para abaixo de R$ 3,60. Na semana passada, a moeda se recuperou um pouco e fechou a R$ 3,68.
O psicólogo Douglas Gomes da Silva, 37, vinha pesquisando para onde iria viajar nas suas férias no próximo mês com a mulher e o filho de três anos. Ele cogitava descansar em um resort na Costa do Sauípe, na Bahia, quando, no começo deste mês, percebeu que o dólar estava mais barato, saindo de perto dos R$ 4 no final de fevereiro e caindo para abaixo de R$ 3,60. Na semana passada, a moeda se recuperou um pouco e fechou a R$ 3,68.
Silva calculou que, viajando para Punta Cana, na República Dominicana, por uma semana, no esquema "all inclusive" (que inclui refeições e bebidas), pagaria cerca de R$ 8.300, contando a passagem aérea.
Se fosse para a Costa do Sauípe, ele gastaria pouco menos do que isso. "Antes de o dólar baixar, pagaria de R$ 10,5 mil a R$ 11 mil para ir a Punta Cana. Como vi que o preço estava mais próximo do de uma viagem nacional, acabei ficando com o destino internacional", diz Silva. "É uma ótima oportunidade para ir ao Caribe."
A cirurgiã ortopedista Bárbara Camilo Alves de Souza, 57, também aproveitou o momento mais favorável do câmbio para comprar um pacote de viagem para a Europa, que inclui Portugal e Itália.
"Eu planejava fazer esse passeio no ano passado, mas desisti porque o dólar subiu muito", diz. Ela viaja em maio com o namorado.
Segundo Souza, a parte aérea da viagem custou R$ 6.700 -antes da queda da moeda norte-americana, estava sendo cotada por R$ 8.000 aproximadamente.
Já a parte terrestre ficou cerca de R$ 4.000 mais barata e saiu por R$ 20 mil.
A cirurgiã afirma ainda que a sua filha aproveitou o recuo do dólar para comprar uma passagem de ida e volta para Miami, por R$ 1.380.
"Se fosse antes da queda, ela pagaria R$ 2.500."
Silva e Souza engrossaram a lista de brasileiros que correram às agências de viagem para comprar pacotes internacionais, aproveitando o momento favorável no câmbio. Com isso, o movimento nas operadoras de turismo disparou nos últimos dias.
Tanto o psicólogo como a cirurgiã compraram as suas viagens na CVC. Segundo a companhia, a demanda por pacotes de viagem aumentou principalmente devido à desvalorização do dólar.
A recente medida do governo que baixou de 25% para 6% a alíquota do Imposto de Renda sobre as remessas de dinheiro ao exterior para despesas de viagem, como hotéis, pacotes e transporte, também foi responsável pelo aumento da procura, de acordo com a operadora.
Para estimular ainda mais a demanda, a CVC tem lançado promoções com dólar congelado a um valor mais baixo. Nas últimas semanas, chegou a oferecer pacotes com o câmbio reduzido a R$ 2,99 e a R$ 3,09.
A demanda aquecida fez a Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) revisar para cima as suas projeções para as vendas de pacotes de viagem para a alta temporada, em julho.
"Antes da queda do dólar, estimávamos que a demanda ficaria estável em julho. Agora, a previsão é de aumento de 5%", afirma Edmar Bull, presidente da entidade.
Fernanda Meiga, gerente sênior de produtos e marketing da TAM Viagens, explica que a operadora registrou aumento de 35% nas vendas de pacotes internacionais na primeira semana de março em relação ao final de fevereiro.
O principal destino procurado foi Orlando (EUA), diz Meiga. "Os pacotes de uma semana predominam. Cruzeiros e esquemas 'all inclusive' para o Caribe também têm sido bastante requisitados."
Na Agaxtur, houve crescimento de 60% nas vendas de pacotes internacionais na primeira quinzena deste mês na comparação com o mesmo período de fevereiro, segundo Aldo Leone Filho, presidente da operadora.
"Cerca de 80% dos pacotes comercializados são para Orlando. Punta Cana, na República Dominicana, e Bariloche, na Argentina, são os outros destinos mais buscados", afirma Leone Filho.
As ligações para a Agaxtur em busca de informações sobre viagens internacionais chegaram a dobrar neste mês.
"Muita gente quis fechar logo a compra dos pacotes, com o receio de que o dólar pudesse voltar a se valorizar a qualquer momento."
Folhapress
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