Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Negócios Corporativos

- Publicada em 22 de Março de 2016 às 19:07

Petrobras terá nova leva de renegociação de contratos

 The headquarters of Brazil's state-owned oil company Petrobras FACHADA in the center of Rio de Janeiro, on January 21, 2016. Petrobras shares on Brazil's stock market have plunged to a 13-year low.  AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA

The headquarters of Brazil's state-owned oil company Petrobras FACHADA in the center of Rio de Janeiro, on January 21, 2016. Petrobras shares on Brazil's stock market have plunged to a 13-year low. AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
A Petrobras espera concluir no segundo semestre uma "segunda onda" de renegociações de contratos com seus fornecedores, com o objetivo de adequar os custos de produção aos novos preços do petróleo. A nova rodada de negociações envolverá 320 fornecedores e 735 contratos ligados ao fornecimento de suprimentos e serviços para a exploração e produção de petróleo.
A Petrobras espera concluir no segundo semestre uma "segunda onda" de renegociações de contratos com seus fornecedores, com o objetivo de adequar os custos de produção aos novos preços do petróleo. A nova rodada de negociações envolverá 320 fornecedores e 735 contratos ligados ao fornecimento de suprimentos e serviços para a exploração e produção de petróleo.
Na primeira rodada, que envolveu operadoras de sondas e de barcos de apoio a plataformas, entre outros, a companhia conseguiu uma redução média de 13% sobre o valor dos contratos. "O preço futuro do petróleo foi para outro patamar e, por isso, a companhia vai ter que se reinventar", disse ontem, em conferência com analistas, o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro.
Na segunda-feira, a diretora de exploração e produção da estatal, Solange Guedes, disse que a meta é trazer os preços dos contratos para um patamar de petróleo entre US$ 30 e US$ 35 por barril. Atualmente, as cotações internacionais giram em torno de US$ 40 por barril.
O esforço na redução de custos e o corte nos investimentos levou a empresa a fechar, em 2015, o primeiro ano com fluxo de caixa positivo desde 2007. No ano passado, a Petrobras teve um saldo positivo de R$ 15,6 bilhões.
A empresa fechou o ano com US$ 26 bilhões em caixa e pretende chegar a 2016 com US$ 21 bilhões. No período, pagará US$ 19 bilhões em dívidas e juros e investirá US$ 19 bilhões. A geração de caixa prevista para 2016 é de
US$ 22 bilhões.

Perdas da estatal com Sete Brasil chegam a R$ 1 bilhão

A Petrobras aumentou para R$ 922 milhões sua projeção para perdas com o investimento feito na empresa de sondas Sete Brasil. A informação consta do balanço da companhia para o quarto trimestre de 2015, que apresentou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões. No terceiro trimestre, o valor estimado para a perda com a Sete Brasil era de R$ 676 milhões.
"Em decorrência da deterioração da situação econômica e financeira da Sete Brasil, da interrupção de grande parte das obras do projeto, bem como do cenário de incerteza sobre as alternativas de continuidade do projeto, neste momento, não há como estimar qualquer benefício econômico futuro para este investimento", diz a Petrobras em suas demonstrações financeiras.
Criada em 2010 para fornecer 28 sondas para o pré-sal, a Sete Brasil não tem dinheiro para continuar as obras e se tornou inadimplente com estaleiros e fornecedores de equipamentos. A Petrobras tem uma participação direta de 5% na Sete Brasil e detém 4,59% do Fundo de Investimentos em Participação (FIP) Sondas, que controla a empresa. É sócia, neste fundo, de bancos e fundos de pensão.
Por outro lado, a estatal é a única cliente da Sete. As duas partes negociam uma revisão do contrato, para adequá-lo ao novo cenário de petróleo barato. A ideia da estatal é reduzir para 10 o número de sondas contratadas.
Na segunda-feira, a direção da Petrobras evitou comentários sobre as negociações. Questionado sobre o tema, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, limitou-se a dizer que as negociações continuam. "Estamos fazendo, não só neste ano, como já fizemos em períodos anteriores, provisionamento para caso a empresa não possa tocar seus projetos adiante", concluiu.

Reivenção será necessária para adequar os custos

"A companhia vai ter que se reinventar para se adaptar à nova realidade", afirmou o diretor Financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, referindo-se à necessidade de redução de custos diante da queda do preço do petróleo no mercado internacional. Monteiro disse também estar satisfeito com a redução dos gastos gerenciáveis alcançado no ano passado. Mas, segundo ele, a empresa continuará perseguindo ainda mais economia de custos daqui para frente.
O diretor elogiou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nas negociações sobre a política de conteúdo local, em que as petroleiras são obrigadas a contratar um volume mínimo de produtos e serviços no mercado interno. Monteiro disse que a agência é "sensível" aos argumentos da Petrobras sobre a dificuldade de contratar fornecedores brasileiros atualmente.
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes, classificou de "atípico" o volume de baixas contábeis realizadas pela companhia no balanço do último ano, que totalizaram cerca de R$ 49 bilhões. Segundo ela, os ativos do segmento foram avaliados com base nas cotações internacionais de longo prazo.