Entre as medidas de reforma fiscal anunciadas ontem está a criação dos depósitos voluntários remunerados no Banco Central (BC), uma alternativa para a instituição regular a quantidade de dinheiro na economia e, consequentemente, manter a taxa básica de juros na meta fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
A medida, contudo, terá de ser aprovada pelo Congresso. Hoje, o BC administra a quantidade de dinheiro no sistema financeiro por meio da venda de títulos públicos, as chamadas operações compromissadas, que somam hoje cerca de R$ 1 trilhão (16% do PIB). Eram 7% do PIB em 2007. De acordo com o Ministério da Fazenda, essa alternativa já é adotada pelos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa.
Segundo o ministro da Fazenda, o mecanismo ajuda o BC a enxugar o excesso de dinheiro das reservas internacionais que entraram no País nos últimos anos, atualmente em US$ 380 bilhões, sem que o Tesouro Nacional emita títulos da dívida pública. "Não estamos inventando nenhuma jabuticaba. No Brasil, o único instrumento para tirar liquidez da economia atualmente são as operações compromissadas. Em outros países, o BC pode fazer operações compromissadas ou captar depósitos de bancos", declarou.