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Economia

- Publicada em 10 de Março de 2016 às 20:16

Economia precisa de medidas de curto prazo e reformas de longo, diz Barbosa

 Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, participa do Seminário Tesouro 30 anos. José Cruz - Agência Brasil 2

Ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, participa do Seminário Tesouro 30 anos. José Cruz - Agência Brasil 2


JOSÉ CRUZ/ABR/JC
Em meio à crise política e questionado por parlamentares governistas, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, fez, nesta quinta-feira, um forte discurso em defesa de sua política econômica. Pouco antes de embarcar para São Paulo, onde se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores, Barbosa subiu o tom e mandou o recado de que não é hora de extremismos na economia.
Em meio à crise política e questionado por parlamentares governistas, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, fez, nesta quinta-feira, um forte discurso em defesa de sua política econômica. Pouco antes de embarcar para São Paulo, onde se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores, Barbosa subiu o tom e mandou o recado de que não é hora de extremismos na economia.
Em evento que comemorou os 30 anos do Tesouro Nacional, o ministro disse que vem trabalhando para atender às demandas do PT e do PMDB - partidos que citou nominalmente - e que apenas medidas de curto prazo ou somente reforma de longo prazo não são suficientes. É preciso combinar as duas coisas.
"Não é hora de extremismos na política econômica, mas de volta à normalidade", afirmou. "As propostas refletem pontos apontados pelos dois principais partidos de apoio ao governo. Têm ações de curto prazo para estabilizar renda e emprego, como propõem lideranças do PT, e envolvem a adoção de reformas estruturais para controlar despesas, como propõem várias lideranças do PMDB", afirmou. O ministro defendeu ainda que qualquer proposta de controle de gasto tem que passar pela reforma da Previdência, que consome 54% da despesa primária do governo.
Na avaliação dele, ainda é possível enviar, até o final de abril, um projeto de reforma da Previdência. Setores do governo tentam adiar o envio das mudanças por acreditar que não há clima para a discussão no Congresso Nacional neste momento.
Barbosa afirmou que as propostas em construção são graduais e têm regras de transição e ressaltou a urgência do tema. "Adiar o enfrentamento desses problemas tornará inevitável soluções mais drásticas num período próximo", destacou.
Criticado pelo mercado por ser desenvolvimentista demais - e pelo PT por ser desenvolvimentista de menos -, Barbosa tentou descolar sua política econômica do modelo de estímulo adotado pelo governo petista nos últimos anos. Disse que somente medidas de estímulo no curto prazo não serão suficientes, pois a recuperação tende a ser curta ou não ocorrer. "Tivemos experiência de adoção de estímulos no passado recente que tiveram efeito curto e, ao invés de resolver, ampliaram os problemas estruturais", apontou.
Sobre o momento econômico atual, Barbosa admite que a situação é "desafiadora" e lembrou que o mercado prevê redução da atividade econômica pelo segundo ano consecutivo, o que não acontece desde a grande depressão de 1930.
Ele ressaltou que a situação requer medidas não usuais e tem que ser enfrentada com "realismo, urgência e serenidade". "O governo deve ser agente de estabilização, de redução da volatilidade", acrescentou. "Devemos ter ousadia com responsabilidade de forma consistente e duradoura."
Entre os pontos positivos, o ministro afirmou que o saldo da balança comercial surpreendeu as expectativas não só de mercado como as do próprio governo. Temos um balanço de pagamento que está se ajustando à nova taxa de câmbio. Hoje, o nosso maior desafio é interno, é fiscal", disse.
Na avaliação do ministro, a sociedade tem todos os instrumentos para resolver o problema. "A solução tem que ser boa do ponto de vista técnico e político", frisou.
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