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Mercado de Capitais

- Publicada em 10 de Março de 2016 às 19:58

Efeito Lula valoriza bolsa e dólar cai para R$ 3,64

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O Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira em alta, mas inverteu o sinal ao longo da sessão em função do cenário externo negativo. Já na reta final do pregão, a informação de que o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá fez o índice virar mais uma vez e fechar com ganho de 1,86%.
O Ibovespa abriu a sessão desta quinta-feira em alta, mas inverteu o sinal ao longo da sessão em função do cenário externo negativo. Já na reta final do pregão, a informação de que o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá fez o índice virar mais uma vez e fechar com ganho de 1,86%.
As expectativas em torno de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff também contribuíram para que o dólar e os juros futuros recuassem mais uma vez. O dólar comercial fechou cotado a R$ 3,6420, menor cotação em mais de seis meses. Com esse movimento, iniciado na semana passada com os desdobramentos da Operação Lava Jato, os investidores sinalizam que uma possível mudança no governo seria melhor para os negócios.
O principal índice da bolsa paulista terminou aos 49.571 pontos. Como tem ocorrido nas últimas sessões, o giro financeiro foi expressivo, de R$ 11,84 bilhões. Segundo operadores, o noticiário negativo envolvendo o ex-presidente Lula, que enfraqueceria mais a presidente Dilma Rousseff, foi o gatilho para Ibovespa voltar a subir. Contribuiu também o fato de os índices acionários em Wall Street terem diminuído as perdas no final da sessão.
As ações da Petrobras, que chegaram a recuar pressionadas pela queda do petróleo, terminaram com avanço de 4,60%, a R$ 7,95 (PN) e de 2,61%, a R$ 9,81 (ON). Os papéis ON do também estatal Banco do Brasil subiram 5,91%, a R$ 21,50.
Outras ações do setor financeiro também avançaram: Itaú Unibanco PN ( 3,92%); Bradesco PN ( 2,98%); Bradesco ON ( 3,26%); BM&FBovespa ON ( 4,60%). A exceção foi Santander unit, com -0,88%.
Os papéis da Vale foram destaque negativo de queda: as ações PNA perderam 6,89%, a R$ 10,13, e ON caíram 3,44%, a R$ 14,00. A forte queda foi influenciada pela informação de que a Justiça dos EUA autorizou ampliação do período que considera a compra de ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) da mineradora na ação de investidores contra a companhia por conta do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). Outro fator foi a queda do preço do minério de ferro na China. O setor siderúrgico subiu: CSN ON ganhou 7,47%; Gerdau PN ( 9,59%); Gerdau Metalúrgica ( 14,97%) e Usiminas PNA ( 9,89%).
O dólar comercial perdeu 1,51%, a R$ 3,642, valor mais baixo desde 31 de agosto do ano passado (R$ 3,6290). O dólar à vista recuou fechou cotado a R$ 3,6510 (-1,64%), também na menor cotação desde 31 de agosto de 2015 (R$ 3,6325). Pelo terceiro dia seguido, o real apresentou a maior valorização ante a moeda americana entre as moedas de países emergentes.

Brasil faz primeira captação externa desde 2014

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KAREN BLEIER/AFP/JC
O Tesouro Nacional captou US$ 1,5 bilhão de investidores norte-americanos e europeus com taxa de juros de 6,125% ao ano. O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em janeiro de 2026, feita nesta quinta-feira. A taxa obtida na operação foi a maior para esse tipo de papel em sete anos.
Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a 10 anos com a correção dos juros acordada, de 6,125% ao ano.
Taxas mais altas de juros indicam maior grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Com os sucessivos rebaixamentos sofridos pelo País, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros. As taxas obtidas hoje são as mais altos para títulos externos de 10 anos em dólares desde janeiro de 2009.
A menor taxa da história tinha sido de 2,686% ao ano, obtida em uma captação externa em setembro de 2012. A emissão de hoje foi o primeiro lançamento de títulos da dívida externa desde setembro de 2014. Na ocasião, o governo brasileiro captou
US$ 1,05 bilhão com papéis de 11 anos com juros de 3,888% ao ano.
A taxa do título brasileiro foi 419,6 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano, de 10 anos. Em setembro de 2014, a diferença estava em 147 pontos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo. Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do País em 7 de abril. As emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do País, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional.