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Mercado de Capitais

- Publicada em 08 de Março de 2016 às 19:41

Dólar alcança a menor cotação desde novembro

 AN EMPLOYEE AT AN EXCHANGE HOUSE IN DOWNTOWN RIO DE JANEIRO COUNTS DOLLAR NOTES ON DECEMBER 17, 2014. THE US CURRENCY REACHED 2.73 REAIS PER DOLLAR IN THE OFFICIAL MARKET AND 2.83 IN THE BLACK MARKET, ITS HIGHEST PRICE SINCE MARCH 2005. AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA

AN EMPLOYEE AT AN EXCHANGE HOUSE IN DOWNTOWN RIO DE JANEIRO COUNTS DOLLAR NOTES ON DECEMBER 17, 2014. THE US CURRENCY REACHED 2.73 REAIS PER DOLLAR IN THE OFFICIAL MARKET AND 2.83 IN THE BLACK MARKET, ITS HIGHEST PRICE SINCE MARCH 2005. AFP PHOTO/VANDERLEI ALMEIDA


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
O dólar andou na contramão da tendência internacional e fechou em queda de 1,47% ante o real ontem, a R$ 3,7379 no mercado à vista, menor cotação desde 24 de novembro de 2015. A queda ocorreu a despeito da aversão ao risco que predominou no mercado externo, fazendo o dólar subir frente à maioria das divisas de países emergentes. Dois fatores contribuíram para esse descolamento: o noticiário político desfavorável ao governo e leilões de linha cambial (venda de dólares com compromisso de recompra) anunciados para amanhã pelo Banco Central.
O dólar andou na contramão da tendência internacional e fechou em queda de 1,47% ante o real ontem, a R$ 3,7379 no mercado à vista, menor cotação desde 24 de novembro de 2015. A queda ocorreu a despeito da aversão ao risco que predominou no mercado externo, fazendo o dólar subir frente à maioria das divisas de países emergentes. Dois fatores contribuíram para esse descolamento: o noticiário político desfavorável ao governo e leilões de linha cambial (venda de dólares com compromisso de recompra) anunciados para amanhã pelo Banco Central.
O dólar chegou a subir pontualmente nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu a tendência ainda na primeira meia hora. Pesaram notícias como a condenação do empresário Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de prisão e as especulações de que os donos da Odebrecht e da OAS negociam delação premiada, no âmbito da Operação Lava Jato. Além disso, a cúpula do PMDB no Senado dá sinais de divisão, com alguns integrantes reavaliando a posição de apoio, por entender que a situação do governo vem se agravando nos últimos dias. O noticiário contou ainda com informação de que a empreiteira OAS pagou por uma palestra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Chile antes da formalização do contrato.
As notícias reacenderam a percepção de que são crescentes as chances de saída de Dilma Rousseff do governo, o que agrada grande parcela dos investidores, que apostam na ruptura como forma de destravar os nós da economia do País. Com isso, o dólar sustentou a tendência de queda mesmo com o cenário internacional adverso. Entre as notícias negativas estiveram o resultado fraco da balança comercial chinesa e a nova queda dos preços do petróleo, alimentada pela falta de consenso entre os países produtores.
À tarde, o Banco Central anunciou que realizará amanhã dois leilões de linha (venda com compromisso de recompra), no montante de até US$ 2 bilhões. A instituição informou apenas que se trata de dinheiro novo no mercado, e não rolagem, como já havia anunciado para os meses de fevereiro e março.
No entanto, a ação do BC teve como objetivo administrar a liquidez do mercado, uma vez que há interesse por parte de alguns investidores de deixar o Brasil. Para isso, eles precisam de uma contraparte das instituições financeiras para liquidarem suas posições. O anúncio da realização dos leilões confirma rumores que circularam no mercado na última semana, de que o BC consultava bancos dealers para avaliar a necessidade da oferta de linha.

Com pregão instável, Ibovespa fecha em queda de 0,29%

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Assim como na segunda-feira, a Bovespa teve um pregão bastante instável em um dia de forte noticiário político. Entre a mínima (-0,81%) e a máxima ( 1,36%), o Ibovespa oscilou mais de 1.000 pontos nesta terça-feira. Depois de altos e baixos, o principal indicador da bolsa fechou em leve queda de 0,29% aos 49.102 pontos, interrompendo uma sequência de seis altas.
"O dia começou com especulações sobre a possibilidade de Marcelo Odebrecht aceitar uma delação premiada", afirmou o analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo. Além da condenação a 19 anos e quatro meses de prisão de Odebrecht, os sinais de ruptura do PMDB com o governo estão entre os principais fatos do dia. A leitura de boa parte de analistas é que os últimos acontecimentos aumentam as chances de uma mudança no comando do País.
A terça-feira foi mais um dia de forte giro financeiro, quase o dobro da média diária de fevereiro deste ano e de março de 2015. O volume chegou a
R$ 11,468 bilhões. Uma boa parte desse giro, na avaliação do chefe de análise da Planner Corretora, Mario Roberto Mariante, vem do capital estrangeiro.
O destaque de queda na bolsa foi a Vale. Após subir dois dígitos na segunda-feira diante da valorização extraordinária do minério de ferro ( 19,5%), ontem a mineradora foi uma das maiores quedas na carteira Ibovespa. A ON caiu 14,51%, e a PNA, -12,05%. O setor siderúrgico - leia-se CSN, Usiminas, Gerdau e Bradespar, acionista da mineradora - acompanhou e caiu em peso. Na avaliação de Figueredo, um fato que pesou contra o setor foi o resultado ruim da balança comercial chinesa.