Banco do Brasil quer ficar com R$ 5 bilhões do FGTS

O Banco do Brasil (BB) vai requisitar ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para que fique com cerca de R$ 5 bilhões dos R$ 21,7 bilhões liberados na última sexta-feira, dia 26 de fevereiro. Os recursos serão destinados para o incremento do financiamento imobiliário no País neste ano.

O banco estatal solicitou entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões para incremento na linha Pró-Cotista, de um total de R$ 8,2 bilhões disponíveis. Também requisitou um valor adicional de até R$ 3 bilhões para compra de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), de um total de R$ 10 bilhões.

O valor que será direcionado para cada banco depende da demanda das instituições financeiras pelos recursos. O Banco do Brasil pretende utilizar os recursos para financiamento de imóveis novos e usados no valor de até R$ 400 mil. "É onde tem demanda. Há muito deficit habitacional nesse segmento", destaca Raul Moreira, vice-presidente de Negócios de Varejo do BB.

A linha Pró-Cotista é destinada a trabalhadores que possuem conta no FGTS. A taxa de juros anuais é de 8,66% mais a Taxa Referencial (TR).

De acordo com o Ministério do Trabalho, a maior parte dos recursos liberados deverá ir, de maneira obrigatória, para imóveis de até R$ 500 mil. Nessa faixa de valor, segundo o executivo do Banco do Brasil, há muitas pessoas adquirindo sua primeira casa própria, saindo do aluguel, o que faz com que o financiamento não altere significativamente seu comprometimento de renda.

A expectativa do Banco do Brasil é de aumentar em 20% a carteira imobiliária neste ano, depois de crescer 27% em 2015, ano em que o mercado teve um incremento de 16%. O BB é hoje a segunda maior instituição financeira que atua no segmento e detém 8% do mercado nacional.

A Caixa Econômica Federal retomou as contratações de empréstimos com a linha Pró-Cotista. O banco já havia utilizado integralmente a sua parte no orçamento de 2016. Desde o ano passado, essa linha tem sido utilizada para suprir a falta de recursos da poupança para crédito imobiliário.