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A voz do Pastor

- Publicada em 02 de Março de 2016 às 23:59

Converte-te!

Durante a Quaresma, somos constantemente exortados à conversão. O termo "conversão" significa "passagem de um estado ou lugar para outro, voltar-se para alguma coisa ou para alguém, mudar de direção ou de caminho".
Durante a Quaresma, somos constantemente exortados à conversão. O termo "conversão" significa "passagem de um estado ou lugar para outro, voltar-se para alguma coisa ou para alguém, mudar de direção ou de caminho".
Na tradição bíblica, converter-se implica um novo comportamento de vida, agradável a Deus, e o restabelecimento de uma união íntima com ele. Sinaliza uma verdadeira relação de amizade e uma alegre convivência familiar e esponsal com Deus.
Converter-se pressupõe autoconsciência da própria condição, reconhecimento de uma dimensão da própria existência mais ampla, a qual a tudo dá sentido. É convicção que vem da fé de que somos amados, desde toda a eternidade, por um Deus-Amor. Nesta perspectiva, reconhecemos que a conversão é, antes de tudo, obra de Deus. Obra de um Deus que ama sem reservas, capaz de criar corações novos, infundindo no pecador um novo espírito e o readmitindo à sua intimidade.
A conversão implica acolher generosamente o Reino de Deus, disposição para transformar-se em imagem viva e transparente de Cristo. Ela exige retidão da vontade, orientada para o belo, o bem e a verdade. Requer também docilidade aos convites de Deus que fala através da voz da própria consciência, da comunidade de fé e das divinas escrituras.
A conversão, segundo a tradição da Igreja, significa abraçar consciente e livremente a fé católica, dispor a inteligência para sondar os mistérios do Senhor, empenhar-se por fazer próprios os sentimentos de Cristo Jesus. Há também um tipo de conversão que diz respeito àqueles que, por determinado período de tempo, se afastaram da fé e desejam agora realizar o caminho do retorno. Ambos os tipos de conversão apontam para um caminho de intimidade com Deus e desejo de colaborar na construção do seu Reino.
A conversão possui uma dimensão pessoal e também social. Por isso, todos os que compartilham a missão da Igreja são convocados a se empenhar em favor de uma transformação, tanto individual quanto social.
Vale, pois, resgatar o que disse o Sínodo dos Bispos de 1971: "A ação pela justiça e a participação na transformação do mundo aparecem-nos claramente como uma dimensão constitutiva da pregação do Evangelho, que o mesmo é dizer, da missão da Igreja, em prol da redenção e da libertação do gênero humano de todas as situações opressivas" (n. 6).
"A Igreja recebeu de Cristo a missão de pregar a mensagem evangélica, que implica um chamamento ao ouvinte para se converter do pecado para o amor do Pai e à fraternidade universal e, por conseguinte, à exigência da justiça no mundo. Esta é a razão por que a Igreja tem o direito e mesmo o dever de proclamar a justiça no campo social, nacional e internacional, bem como de denunciar as situações de injustiça, sempre que os direitos humanos fundamentais e a salvação das pessoas o exijam. A Igreja não é a única responsável pela justiça no mundo; cabe-lhe, no entanto, uma responsabilidade própria e específica, que se identifica com a sua missão de testemunhar diante do mundo a exigência de amor e de justiça contida na mensagem evangélica; testemunho que deve verificar-se também nas instituições eclesiais e na vida dos cristãos" (n. 37).
A Campanha da Fraternidade é uma oportunidade para resgatar a dimensão também social da conversão cristã. Por isso, neste ano de 2016, a Igreja no Brasil nos desafia a voltar o olhar e a atenção para a urgente necessidade de cuidar também da Casa Comum.
A atual crise causada pela doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti recorda-nos o desafio de rever nossos comportamentos pessoais e nossas atitudes sociais.
Converte-te! Eis o imperativo quaresmal dirigido a todos e também a todas as formas de organização social e a todas as instituições da sociedade.
 
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