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teatro Not�cia da edi��o impressa de 11/03/2016. Alterada em 10/03 �s 19h24min

O lugar escuro discute o Mal de Alzheimer nas rela��es familiares

CREATIVE FOTOGRAFIA/DIVULGA��O/JC
O lugar escuro discute o Mal de Alzheimer nas rela��es familiares

Cristiano Vieira

O termo aceitação permite diversas interpretações, como consentir, entender e, claro, aceitar determinadas situações, mesmo que a contragosto. Por isso mesmo, é um dos momentos mais difíceis para a mente do ser humano. No caso do Mal de Alzheimer, doença que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, a aceitação é o pilar fundamental para solidificar as relações familiares em torno da pessoa doente. É justamente este universo e sua intrincada teia de emoções que o espetáculo O lugar escuro, dirigido por Luciano Alabarse, aborda a partir desta sexta-feira até 3 de abril, no Teatro do Instituto Goethe (24 de Outubro, 112).
O texto parte de uma experiência pessoal da escritora Heloisa Seixas, autora do livro homônimo e também da adaptação teatral. Em cena, três gerações de atrizes gaúchas - Sandra Dani, Vika Schabbach e Gabriela Poester - dão vida às personagens, denominadas simplesmente Avó (Sandra), Mãe (Vika) e Neta (Gabriela). "Tudo é verdade, é uma peça de uma simplicidade comovente, ainda mais em tempos atuais em que escamoteamos as emoções. As cenas são imediatas, não precisa um alto grau de elaboração para entender o enredo", afirma Alabarse.
De fato, O lugar escuro centra nas relações familiares e em temas como culpa, aceitação e desavenças para discutir o Alzheimer, como essa doença que surge lentamente e que tira, nas palavras de Alabarse, "a identidade da personagem mais velha". O Alzheimer exige uma mudança de percepção familiar, uma compreensão de que aquilo é ruim, mas é possível conviver. "As personagens têm uma complexidade significativa e são um prato cheio para essas três grandes atrizes, todas do primeiro time do teatro gaúcho", conta o diretor.
Simplesmente um desabafo - assim a autora definiu, inicialmente, a discussão do Alzheimer na família. Impactada pela doença da mãe, Heloisa enxergou no papel uma válvula de escape para sentimentos terríveis, para coisas que ela define como "assombrosas e fortes, mas que precisavam ser ditas". Sem nenhuma autocensura, ela redigiu o texto que terminou publicado em 2007 e teve uma primeira adaptação teatral quatro anos depois, em 2011.
"O livro mexe muito com as pessoas e isso foi uma surpresa. A peça não é apenas sobre Alzheimer, é sobre mães e filhos, sobre ciúmes, sobre culpa, frustrações", explica Heloisa. Apesar do tema considerado pesado, tanto ela quanto Alabarse frisam que há uma certa "luminosidade na história. Há esperança de uma vida menos sofrida", destaca ela.
Tudo começou em 2002. Aos 79 anos, a mãe de Heloisa apresentou os primeiros sinais da doença. Moravam as três juntas - Heloisa, com 49 anos, e a filha, então com 22 anos, que estava de aniversário. Era um sábado de manhã, dia 22 de fevereiro. "Naquele dia, minha mãe enlouqueceu", relembra ela.
Alabarse ficou atraído pelo texto após ler uma primeira obra da autora, O oitavo selo. Depois, procurando outros títulos, deparou-se com O lugar escuro. "Heloisa é uma escritora sofisticada, e isso vem exatamente da clareza com que ela diz o que quer dizer. Achei O lugar escuro extraordinário, me tocou muito", relata ele.
Entre convidar as atrizes, ensaiar e participar já de uma pré-estreia em Recife, em janeiro, passaram-se pouco mais de três meses. O lugar escuro realizou duas sessões no Janeiro de Grandes Espetáculos, festival internacional de artes cênicas da capital pernambucana. A estreia mesmo será nesta sexta-feira, na Capital, com as presenças da Mãe e da Neta - respectivamente, Heloisa e sua filha. "Não assisti em Recife, então estou curiosíssima", diz a autora, por telefone.
Lá pelas tantas, no livro, a Neta relembra o distante dia 11 de setembro de 2001, quando o mundo parou, aturdido pela queda das Torres Gêmeas de Nova Iorque. Diz ela que, no subsolo daquele monte de entulhos, foi encontrada uma joalheria, intacta, com copos de cristal inteiros e perfeitamente dispostos na vitrine. Intocados, perante um cenário de destruição. "É isso que a peça mostra - existem sentimentos e realidades que permanecem, não importa o que aconteça", finaliza Alabarse.
O lugar escuro tem sessões sextas-feiras e sábados, às 21h, e domingos, às 18h. Os ingressos, entre R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (estudantes, classe teatral e pessoas com mais de 60 anos) estarão à venda no local a partir de duas horas antes de cada apresentação (sextas-feiras e sábados) ou uma hora antes (domingos).
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