Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Logística

- Publicada em 10 de Março de 2016 às 15:04

Rumo All negocia dívida e busca R$ 2 bi no mercado

 ALL TREM NO PÁTIO DA COMPANHIA  FOTO CNT

ALL TREM NO PÁTIO DA COMPANHIA FOTO CNT


CNT/DIVULGAÇÃO/JC
A Rumo ALL (ex-América Latina Logística) planeja fazer um aumento de capital para levantar cerca de R$ 2 bilhões. A proposta será por meio de uma oferta pública, que deverá ser anunciada entre o fim deste mês e o início de abril, segundo fontes familiarizadas com o assunto. A empresa também pretende captar R$ 1 bilhão por meio do fundo FI-FGTS, destinado a projetos de infraestrutura. Antes de ir ao mercado para levantar esses recursos, a companhia - principal responsável pelo escoamento da safra de grãos do País - deverá fazer realongamento de sua dívida.
A Rumo ALL (ex-América Latina Logística) planeja fazer um aumento de capital para levantar cerca de R$ 2 bilhões. A proposta será por meio de uma oferta pública, que deverá ser anunciada entre o fim deste mês e o início de abril, segundo fontes familiarizadas com o assunto. A empresa também pretende captar R$ 1 bilhão por meio do fundo FI-FGTS, destinado a projetos de infraestrutura. Antes de ir ao mercado para levantar esses recursos, a companhia - principal responsável pelo escoamento da safra de grãos do País - deverá fazer realongamento de sua dívida.
O endividamento líquido da Rumo ALL é de R$ 7,8 bilhões (dados referentes ao quarto trimestre de 2015), dos quais um total de R$ 1,4 bilhão vence neste ano, outros R$ 2,3 bilhões no ano que vem e R$ 2,4 bilhões em 2018. Os maiores credores são bancos comerciais: Bradesco, Itaú, Santander e HSBC (comprado pelo Bradesco no País).
A empresa ferroviária precisa mudar o perfil de sua dívida e levantar capital para tocar seus ambiciosos projetos expansão. As negociações envolvendo os bancos já estão em andamento. Após a mudança no perfil da dívida, a proposta de aumento de capital será apresentada ao mercado. A ALL trocou de mãos no ano passado e passou a ter o grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, como maior acionista individual da empresa, com 26,3% do negócio. As gestoras TPG (Texas Pacific Group) e Gávea, além do Bndes, também fazem parte do bloco de controle do grupo.
Em meados de janeiro, os membros do conselho de administração do grupo desistiram de fazer aumento de capital na companhia, uma vez que as ações da ferrovia vinham registrando forte queda e as condições macroeconômicas não estavam favoráveis para fazer a captação.
A decisão do grupo controlador de voltar ao mercado deverá acontecer depois de as negociações com os maiores bancos credores estiverem bem encaminhadas.
Se levar adiante o processo de aumento de capital, os atuais acionistas da empresa terão prioridade para fazer as subscrições das ações. A própria Cosan Logística deverá colocar capital na companhia e outros sócios podem ir pelo mesmo caminho.
O grupo chegou a ser sondado por fundos de investimentos interessados em ter uma participação na companhia. Foi o caso do fundo soberano de Abu Dabi, o Adia. No entanto, as negociações não avançaram, de acordo com outra fonte de mercado. Há outros fundos de investimentos que estariam interessados em uma fatia da companhia, segundo a mesma fonte.
A Rumo ALL tem um plano de investir entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões, nos próximos anos, para promover a expansão da companhia. No entanto, a nova administração tem desafios pela frente, como a renovação da concessão antes de colocar seus planos de expansão em prática.
Além disso, tem de fazer corte de custos e melhorias operacionais em sua atual malha ferroviária, que está sucateada. Fontes familiarizadas com o assunto afirmam que os cortes de custos estão em andamento e a companhia ferroviária já colocou em prática um plano para elevar o escoamento de grãos.
A expectativa dos gestores é de que com o aumento da safra de grãos previsto para este ano, os volumes transportados pela companhia cresçam na mesma proporção e melhorem as margens da empresa.
A fusão entre Rumo e ALL quando anunciada, foi bem vista no governo federal, uma vez que a antiga administração da companhia enfrentou nos últimos anos diversos problemas para conseguir honrar os seus contratos.
Com uma malha ferroviária de cerca de 12 mil quilômetros, a Rumo ALL é responsável por boa parte do escoamento de grãos do Centro-Oeste até o porto de Santos. Procurada, a Cosan não comentou o assunto. O Adia não retornou os pedidos de entrevista.

Portugueses vão investir US$ 300 milhões em um polo logístico no Tocantins

Com uma visão de retorno para além da crise atual, um grupo de portugueses resolveu há quatro anos tirar dinheiro do próprio bolso e convidar alguns sócios para comprar uma área de 1,1 mil hectares no coração do Brasil. Ali, estão construindo um novo polo logístico a ser lançado nesta terça-feira. O investimento da Zona Especial de Negócios (ZEN) em Porto Nacional, Tocantins, estará contíguo a um pátio da ferrovia Norte-Sul e próximo da futura hidrovia do rio Tocantins, além de contar com rodovias e aeroportos na região.
"Será o maior condomínio multimodal da América Latina, um projeto totalmente financiado por capital privado", disse José da Costa Lima, executivo da Logiport, que tem um plano para instalar outras 11 ZENs pelo Brasil. O investimento total da infraestrutura básica da ZEN será de R$ 300 milhões, sem que os sócios - além de portugueses, brasileiros e holandeses - tenham de recorrer a financiamento externo.
Esses recursos preveem a implantação de uma infraestrutura básica para o funcionamento da área, como a instalação de um porto seco (área de desembaraço fiscal de mercadorias), tratamento de água e esgoto, energia elétrica, transbordo, hotéis, entre outros serviços. Nessa área da ZEN, diversas empresas poderão instalar seus silos, armazéns ou mesmo fábricas. O grupo espera arrecadar R$ 5,5 bilhões com a venda desses lotes e potencializar mais de R$ 20 bilhões em investimentos totais na área, além de 35 mil postos de trabalho.
Segundo Costa Lima, falta ao Brasil uma plataforma de suporte para a produção dos estados conhecidos como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com área equivalente a nove vezes a área de Portugal, destaca ele. A ZEN do Tocantins poderá, disse Costa Lima, ser um local de suporte à produção de toda essa região para distribuição interna ou exportação, haja vista sua conexão com a ferrovia Norte-Sul e, dali, aos portos do Norte do País. Hoje já existe a ligação direta ao porto de Itaqui (Maranhão).
"Hoje, na China, compra-se grãos dos EUA mais baratos do que do Brasil, embora o brasileiro seja mais em conta na porta da fazenda. Isso ocorre por deficiências na logística, que o nosso projeto pode reduzir", disse Costa Lima, lembrando que, quando for instalada, a ferrovia Bioceânica entre Atlântico e Pacífico poderá também contar com o apoio da ZEN do Tocantins.