Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

investimentos

- Publicada em 23 de Março de 2016 às 17:34

A vez da 'pechincha' imobiliária


STOCKVAULT/DIVULGAÇÃO/JC
A grande quantidade de imóveis disponíveis no mercado imobiliário brasileiro tem despertado o interesse de investidores estrangeiros em busca de "pechinchas". Acostumadas a comprar barato em períodos de economia fraca para lucrar quando o ciclo de retomada chegar, empresas como Blackstone, Exxpon e Top Capital estão à caça de ativos "encalhados" - e exigem um desconto mínimo de 30% para fechar negócio.
A grande quantidade de imóveis disponíveis no mercado imobiliário brasileiro tem despertado o interesse de investidores estrangeiros em busca de "pechinchas". Acostumadas a comprar barato em períodos de economia fraca para lucrar quando o ciclo de retomada chegar, empresas como Blackstone, Exxpon e Top Capital estão à caça de ativos "encalhados" - e exigem um desconto mínimo de 30% para fechar negócio.
O maior fundo imobiliário do mundo, o americano Blackstone, diz ter US$ 15,8 bilhões disponíveis para aquisições. Nos últimos anos, a empresa investiu mais de US$ 1 bilhão no País - entre os ativos, estão alguns que pertenciam à BR Properties. Segundo o diretor global de investimentos da Blackstone, Kenneth Caplan, o apetite do grupo continua forte.
"Ainda estamos no estágio inicial com nossos negócios imobiliários no Brasil", diz o executivo, que participará da segunda edição do Summit Imobiliário, evento promovido pelo Estadão em parceria com o Sindicato Habitação de São Paulo (Secovi-SP), no próximo dia 12 de abril, em São Paulo. Para Caplan, o momento conturbado é favorável. "O Brasil está particularmente estressado por causa da baixa performance econômica e da incerteza política. Essas situações tendem a criar boas oportunidades."
Para o sócio da firma de auditoria e consultoria Grant Thornton Daniel Maranhão, o interesse dos investidores, principalmente os estrangeiros, é considerável e tende a crescer nos próximos meses. "Tenho sido muito procurado. Tem muita conversa, e alguns negócios já estão em andamento. Mas eu acho que os próximos meses serão mais importantes", ressalta. O executivo aponta a desvalorização cambial e a deterioração do mercado interno como os principais motivos para o interesse de fundos internacionais. "Tem muita gente esperando por uma clareza maior no cenário político e econômico. O Brasil deve passar por uma reforma econômica, e os ativos podem ficar ainda mais baratos."
Entre os investidores que recentemente estiveram com Daniel Maranhão está o sino-americano Tim Chen, da Top Capital, que há dois anos captou um fundo de mais de US$ 1 bilhão com casas especializadas em administração de fortunas (conhecidos como family offices) nos Estados Unidos, China e países árabes, entre outros.
"Buscamos hotéis de alto luxo nas principais praças do País e hotéis econômicos nas cidades secundárias e terciárias", conta Chen, que mira empreendimentos com taxas de desconto de pelo menos 30%.
Já a gestora de recursos Exxpon, especializada em investimentos de alto risco, está atrás de descontos na casa de 60%. "As maiores oportunidades hoje estão no segmento residencial, com o elevado número de distratos (devoluções)", diz o americano Jonathan Franklin. Os distratos em construtoras somaram 41% de janeiro a setembro de 2015, segundo a agência Fitch.
A Exxpon investe capital de três grupos americanos, entre eles a Lamb Partners, gestora da família do bilionário Neil Bluhm. Nos últimos meses, a empresa desembolsou R$ 120 milhões em ativos imobiliários, sobretudo residenciais. "Estamos em due dilligence para outros R$ 500 milhões em lajes corporativas, imóveis residenciais e comerciais", conta Evaldo Lima, sócio da Exxpon.

Advent capta fundo global de US$ 13 bilhões e analisa ativos no Brasil

Uma das maiores gestoras globais de private equity (que compram participações em empresas), a americana Advent International anunciou a conclusão da captação de um fundo global de US$ 13 bilhões, que pode ter até 20% do valor investido em mercados emergentes, como o Brasil. "A crise no País nos abre oportunidade de brigarmos sozinhos por ativos de grande porte e de alta qualidade", diz Patrice Etlin, sócio da Advent International.
Além da ajuda do dólar valorizado, a gestora ganha flexibilidade ao poder combinar os recursos do fundo global com o fundo regional de US$ 2,1 bilhões que tem para a América Latina. "Com isso, podemos buscar tanto empresas de middle market (médio porte), tipicamente com valor a partir de US$ 50 milhões, assim como empresas significativamente maiores, com valor de US$ 2 bilhões ou mais", diz Etlin.
De acordo com fontes próximas à negociação, a Advent teria entregue uma proposta preliminar por uma participação majoritária na BR Distribuidora, da Petrobras. O grupo Ultra e a gestora canadense Brookfield também estariam entre os interessados.
A BR Distribuidora, dona da maior rede de postos de combustíveis do País, é um dos principais negócios à venda da estatal, que pretende se desfazer de cerca de US$ 14 bilhões em ativos neste ano. Com as incertezas sobre os desdobramentos da operação da Polícia Federal, os investidores estariam interessados apenas em fatias majoritárias dos ativos, garantem fontes.