O projeto do Executivo que propõe 9,61% de reajuste para o salário-mínimo regional deve ser votado na próxima terça-feira, na Assembleia Legislativa, graças a um acordo entre os líderes de bancadas, que colocaram a matéria em regime de urgência, dispensando a tramitação nas comissões da Casa. O acordo foi proposto pelo líder do governo, Alexandre Postal (PMDB), depois que a presidente do Legislativo, Silvana Covatti (PP), transmitiu, na reunião de líderes quando os parlamentares decidem o que vai entrar na ordem do dia da sessão plenária , as reivindicações dos representantes de seis centrais sindicais que se encontraram com ela ontem de manhã.
A atuação dos sindicalistas no Parlamento seja visitando os parlamentares nos seus gabinetes, seja interpelando-os nos corredores da Assembleia ou nos bastidores do plenário foi decisiva para a agilização da votação.
"Visitamos todos os gabinetes, falamos com todos os deputados, seja da oposição, seja da situação. Parece que há um clima favorável para corrigir a desvalorização que pode ser causada pelo índice (de reajuste) menos que a inflação", avaliou o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Guiomar Vidor.
Os sindicalistas pedem, no mínimo, 11,31% de reajuste o que corresponde a reposição da inflação nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O índice foi contemplado por uma emenda ao projeto, elaborada pelo deputado Elton Weber (PSB), que tem tentado convencer os colegas da base aliada a votarem a favor do índice.
Segundo Vidor, um detalhe da emenda pode ser modificado: "Uma possibilidade é a reposição da inflação já a partir de fevereiro. Outra é conceder os 9,61% propostos pelo governo em fevereiro, e 1,7% a partir de março, repondo a inflação. Demos carta branca para o deputado (Weber) negociar em torno da emenda".
Na semana que vem, os trabalhadores prometem uma grande mobilização. "Estamos convocando os filiados (das centrais sindicais) a acompanhar a sessão nas galerias. Vamos manifestar nossa posição ali", projetou Vidor.