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- Publicada em 10 de Fevereiro de 2016 às 19:26

Moro autoriza prova suíça contra empreiteira Odebrecht

 FEDERAL JUDGE SERGIO MORO ATTENDS A BUSINESS MEETING PROMOTED BY BUSINESS LEADERS GROUP (LIDE) IN SAO PAULO BRAZIL ON SEPTEMBER 24 2015. MORO IS IN CHARGE OF THE INVESTIGATION ON OIL GIANT PETROBRAS CORRUPTION SCANDAL.  AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

FEDERAL JUDGE SERGIO MORO ATTENDS A BUSINESS MEETING PROMOTED BY BUSINESS LEADERS GROUP (LIDE) IN SAO PAULO BRAZIL ON SEPTEMBER 24 2015. MORO IS IN CHARGE OF THE INVESTIGATION ON OIL GIANT PETROBRAS CORRUPTION SCANDAL. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em Curitiba, decidiu ontem que as provas coletadas via acordo de cooperação com a Justiça suíça poderão ser utilizadas no processo que investiga pagamento de propinas pela Odebrecht no exterior. Os pagamentos foram feitos por meio de empresas offshore controladas pela empreiteira e se destinavam a diretores da Petrobras, que também usavam offshores para receber os valores.
O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em Curitiba, decidiu ontem que as provas coletadas via acordo de cooperação com a Justiça suíça poderão ser utilizadas no processo que investiga pagamento de propinas pela Odebrecht no exterior. Os pagamentos foram feitos por meio de empresas offshore controladas pela empreiteira e se destinavam a diretores da Petrobras, que também usavam offshores para receber os valores.
O ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria pleiteava a retirada dos documentos referentes às contas e depósitos bancários do processo que investiga corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Em seu despacho, o juiz questionou se "há ou não decisão da Corte suíça obstaculizando a utilização dos documentos?", respondendo negativamente em seguida. Moro ressalta que, apesar de reconhecer um erro procedimental do Ministério Público suíço, a "Corte suíça não proibiu as autoridades brasileiras de utilizar os documentos, nem solicitou a sua devolução. Pelo contrário, denegou expressamente pedido nesse sentido da Havinsur/Odebrecht".
Segundo o juiz, "o erro procedimental não é suficiente para determinar a ilicitude da prova", porque ela não foi produzida por meio de "violação de direitos fundamentais do investigado ou do acusado".

'Havia organização criminosa na Petrobras', diz procurador

O procurador da força-tarefa da Lava Jato Antonio Carlos Welter disse, em um evento na noite desta terça-feira em Nova Iorque, que a operação começou pequena há cerca de dois anos, mas conseguiu demonstrar que havia uma organização criminosa dentro da Petrobras que envolvia de políticos a empreiteiros, além de executivos da companhia e doleiros.
"Não se para mais de puxar o fio", disse Welter, falando que, a cada dia, se descobrem mais coisas novas envolvendo a corrupção. "O caso da Petrobras começou de uma forma bastante pequena. Havia uma investigação envolvendo cinco doleiros", afirmou o procurador, logo no início do evento, para uma sala lotada na sede da Americas Society/Council of the Americas em Manhattan. "O fio era pequeno, e quando veio, não se para mais de puxar esse fio", ressaltou.
A partir desses cinco doleiros, foi se chegando a diretores da Petrobras, a políticos, a empreiteiros. "Conseguiu se demonstrar que havia uma organização criminosa", disse Welter, ressaltando que ela era composta por empreiteiras, funcionários da Petrobras, políticos e doleiros.
"Por trás disso tudo estava a Petrobras sendo sangrada, a população brasileira sendo sangrada e também os investidores que compraram ações", afirmou. Na Lava Jato, segundo o procurador, tem sido importante para o êxito até agora das investigações a participação de Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal e o apoio da opinião pública.