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Opinião

- Publicada em 10 de Fevereiro de 2016 às 16:34

O Carnaval e o poder público

Tenho visto inúmeras manifestações, notadamente nas redes sociais, mas também na imprensa, a respeito da suspensão dos festejos de Carnaval em Pelotas. E tal cancelamento se deu não apenas em Pelotas, mas em várias outras de nosso Interior, com os prefeitos alegando que a folia pública não constitui prioridade de governo em um período de crise financeira por que passa o País.
Tenho visto inúmeras manifestações, notadamente nas redes sociais, mas também na imprensa, a respeito da suspensão dos festejos de Carnaval em Pelotas. E tal cancelamento se deu não apenas em Pelotas, mas em várias outras de nosso Interior, com os prefeitos alegando que a folia pública não constitui prioridade de governo em um período de crise financeira por que passa o País.
E desde já declaro solenemente meu apoio a tais suspensões. E não é de hoje que assim penso. O Carnaval, mesmo sendo festa popular, não deve nem precisa de apoio financeiro do erário. O futebol também é de apelo popular e nem por isso o município aloca recursos aos clubes.
Sou adepto do Estado mínimo, ou seja, meta-se o poder público com o que lhe concerne basicamente: educação, saúde pública, segurança pública, infraestrutura. O restante, que a iniciativa privada tome a frente, devendo o Estado apoiar no que lhe competir, notadamente nos quesitos segurança pública - quando em locais públicos, obviamente - e infraestrutura (água, luz, limpeza pública, socorros de urgência etc.). O patrocínio de desfiles de Carnaval de rua com a alocação de verbas públicas a entidades privadas que têm o ano inteiro para arrecadar recursos para isso é um despropósito e um flagrante desvio de finalidade. Que me perdoem meus amigos carnavalescos - e os tenho vários e todos em alta conta -, mas dinheiro público não é para ajudar a vestir pierrôs e colombinas ou destaques e carros de escolas de samba e assemelhados.
Façam como fizeram os blocos no desfile que ocorreu no sábado pelas ruas centrais de nossa Princesa. Saiam batucando, cantando, pulando, de forma ordeira como foi, fantasiados ou à paisana, se divertindo sem ficar de olho na grana pública. Peçam auxílio ao Estado para controlar, desviar, interromper o trânsito (incluídos as alternâncias do transporte coletivo e individual de passageiros), prover a segurança Pública.
Se quiserem espetáculo, recorram à tal de Lei Rouanet para angariar recursos de patrocinadores que não negarão apoio ao evento, à guisa de incentivo à cultura. E o façam com antecedência, com planejamento, com detalhes, com competência, enfim. Mas não com o dinheiro dos nossos tributos. Isso seria um desperdício.
Jornalista e advogado, Pelotas/RS
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