Uma série de explosões matou quase 150 pessoas ontem na Síria. Um carro-bomba e um homem-bomba atacaram o santuário xiita de Seyda Zeinab, no subúrbio de Damasco, matando 83 pessoas e ferindo mais de 170, segundo a agência estatal Sana. Entre os mortos, muitas crianças que estavam saindo de uma escola próxima.
Horas antes, pelo menos 59 pessoas morreram e cerca de 100 ficaram feridas quando dois carros-bomba foram detonados em Homs. As explosões ocorreram em meio a reportes de que forças do governo sírio teriam tomado 31 vilarejos na província de Aleppo, no Norte do país, que estavam sob controle do Estado Islâmico (EI). As tropas sírias estão em ofensiva em diferentes partes do país sob ataques aéreos da Rússia.
Os ataques foram realizados no mesmo dia em que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciou um "acordo provisório" com seu par russo, Sergei Lavrov, para um cessar-fogo na região - acordo que ainda precisaria ser ratificado pelos presidentes Barack Obama e Vladimir Putin; segundo o jornal "The Guardian", os dois devem se falar ao telefone ainda nesta semana sobre o assunto. A publicação diz que sinais indicam que os russos estão pressionando o presidente sírio, Bashar al-Assad, para que ele também cumpra o cessar-fogo.
Em uma declaração atribuída ao EI, o grupo extremista reivindica a autoria dos ataques. "O que vem a seguir é pior e mais amargo", afirma o texto. No mês passado, o grupo assumiu a autoria de ataques semelhantes sobre as mesmas áreas. Na ocasião, 90 pessoas morreram.
"As explosões foram enormes e aconteceram quase que simultaneamente", disse Mounir Fandi, um morador de Homs. "Os estilhaços mataram dois jovens e quebraram todas as janelas no meu bairro", afirmou.