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Segurança pública

- Publicada em 11 de Fevereiro de 2016 às 22:23

Combate ao tráfico será prioridade no Estado

Emerson Wendt disse que motivação dos policiais será um dos focos de sua atuação

Emerson Wendt disse que motivação dos policiais será um dos focos de sua atuação


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Após anunciar, na quarta-feira, mudanças no comando da área da segurança pública no Rio Grande do Sul, o secretário estadual, Wantuir Jacini, explicou ontem, em coletiva de imprensa, os motivos que levaram à substituição de Guilherme Wondracek como chefe da Polícia Civil. Ele comandava o órgão desde 2014. Quem assume o cargo é o delegado Emerson Wendt, ex-diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). De acordo com Jacini, a escolha se deu exatamente pela experiência no combate ao tráfico de drogas, que passa a ser a prioridade da pasta. A substituição foi acordada com o governador José Ivo Sartori.
Após anunciar, na quarta-feira, mudanças no comando da área da segurança pública no Rio Grande do Sul, o secretário estadual, Wantuir Jacini, explicou ontem, em coletiva de imprensa, os motivos que levaram à substituição de Guilherme Wondracek como chefe da Polícia Civil. Ele comandava o órgão desde 2014. Quem assume o cargo é o delegado Emerson Wendt, ex-diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). De acordo com Jacini, a escolha se deu exatamente pela experiência no combate ao tráfico de drogas, que passa a ser a prioridade da pasta. A substituição foi acordada com o governador José Ivo Sartori.
"Wondracek fez um trabalho de excelência e, por isso, continuou no cargo com a troca de governo. Agora, a ênfase precisa ser no tráfico de drogas e nos crimes conexos. Por isso a escolha", alegou o secretário. Jacini admitiu a necessidade de contratação de novos policiais, principalmente para a Brigada Militar, mas não deu previsão de quando isso será feito devido aos problemas orçamentários que o Estado vem enfrentando. Ele destacou que a lei proíbe a contratação de temporários quando existem pessoas aprovadas em concurso e que precisam ser nomeadas. Cerca de 2 mil brigadianos aguardam ser chamados.
"Temos dados de que, na última década, os homicídios subiram 70% no Estado e que 85% dos crimes contra a vida e patrimônio se concentram em apenas 19 cidades. Para reduzir os números, é preciso planejamento estratégico. Entretanto, existem fatores exógenos à área de segurança, como a legislação que tem ser mais forte. Precisamos revisar a flacidez de algumas leis. Estamos agendando uma reunião com o Tribunal de Justiça para discutir esta questão", ressaltou Jacini, respondendo sobre o "prende e solta" de criminosos.
O novo chefe da Polícia Civil disse que o primeiro passo a ser tomado é a organização da equipe. Posteriormente, serão traçadas metas sobre o combate ao narcotráfico e crimes relacionados. "Assumi o cargo conhecendo as condições da área, a estrutura e o efetivo que existe hoje. A motivação dos policiais, que temem um novo parcelamento de salário, precisa ser trabalhada. Não vou conseguir acabar com toda a criminalidade, mas vamos motivar os policiais neste sentido", disse.
A Secretaria da Segurança Pública também confirmou a nomeação do novo subcomandante-geral da Brigada Militar, que será o coronel Andreis Silvio Dal'Lago. Ele substitui Paulo Moacir Stocker dos Santos, que se aposentou.

Atribuir problemas ao Judiciário é desviar o foco, diz Ajuris

Declarações feitas nesta semana por integrantes da Polícia Civil sobre a crise na segurança do Estado causaram atrito com o Judiciário. A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) considerou que as falas tiveram o objetivo de desviar o foco das suas responsabilidades e atribuir ao Judiciário a causa dos problemas.
O presidente da Ajuris, Gilberto Schäfer, ressaltou que a distribuição das competências públicas impõe a compreensão de toda a sociedade e dos agentes de segurança de que cabe ao Judiciário observar o devido processo legal e o contraditório, agindo apenas a partir do caso concreto. "Esperamos que o Executivo assuma o seu papel. Sabemos que a situação é complexa, mas esperamos uma mudança de postura", criticou.
Schäfer afirmou que o Executivo precisa "urgentemente" resolver os problemas que assolam o sistema prisional superlotado e que geram "efeitos nefastos" para a sociedade. "Desde 2006, decisões judiciais que determinam a transferência de apenados para o regime semiaberto e aberto vêm sendo desatendidas sistematicamente, situação que se agrava a cada ano. Temos 2.500 presos que deveriam estar cumprindo pena em estabelecimento adequado, mas estão em liberdade, sem a vigilância compatível com o seu regime de cumprimento da pena, pois não há tornozeleiras disponíveis", ressaltou.
A presidente da Associação dos Delegados de Polícia, Nadine Farias Anflor, também se posicionou sobre o assunto. Para ela, não existia motivos para a saída do delegado Guilherme Wondracek. De acordo com Nadine, os desafios do novo chefe de polícia, Emerson Wendt, serão os mesmos, como falta de investimento, principalmente no que diz respeito a recursos humanos.
"O Wondracek fez um grande trabalho, não víamos motivo para sua saída. Achamos que o Wendt é um bom nome, mas terá os mesmos desafios, com falta de estrutura e investimentos, a menos que a mudança já venha com um respaldo maior do governo. Sem recurso, ele não vai fazer milagre", afirmou a delegada.