Essa matéria não é sobre uma das bebidas alcóolicas mais consumidas no mundo, mas os produtos que nascem por conta dela

De docinhos a quadros colecionáveis: empreendedores exploram o mercado da cerveja


Essa matéria não é sobre uma das bebidas alcóolicas mais consumidas no mundo, mas os produtos que nascem por conta dela

O número de cervejeiros artesanais aumentando pelo Brasil inteiro já é percebido há algum tempo. O que começa a chamar atenção, agora, é a grande quantidade de produtos que surgem por conta desse crescimento no mercado da bebida. De itens de decoração à incorporação do malte como ingrediente para outros alimentos, as opções são vastas para os amantes da cerveja.
O número de cervejeiros artesanais aumentando pelo Brasil inteiro já é percebido há algum tempo. O que começa a chamar atenção, agora, é a grande quantidade de produtos que surgem por conta desse crescimento no mercado da bebida. De itens de decoração à incorporação do malte como ingrediente para outros alimentos, as opções são vastas para os amantes da cerveja.
O desejo de Dóris Fialcoff, 49 anos, de Cachoeirinha, em ter uma lembrança das cervejas que experimentou, por exemplo, deu origem à Querida Cerveja, marca que vende produtos especiais para os cervejeiros. Ela e o marido, João Carlos Valentim, 47 anos, gestor de produção industrial, criaram um quadro para colecionar tampas de garrafas - que pode ser usado tanto na parede quanto em cima de algum móvel. O casal ficou tão encantado com o resultado que resolveu fazer da ideia um negócio.
"A marca surgiu do interesse pelo produto, eu fiz curso de sommelier e nós temos um apreço por boas cervejas e pelas feitas artesanalmente", explica Dóris. O casal revela que já pensava em iniciar algum investimento, mas não tinha um projeto concreto. Decidiram, então, apostar em objetos para pessoas que, assim como eles, valorizam a gelada.
Para dar prosseguimento às vendas, os sócios fecharam uma parceria com o site Cevas do Sul, onde pode ser encontrado o quadro a partir de R$ 250,00. Há dois modelos: em um deles cabem 44 tampinhas e no outro, 64. A estrutura é feita com imã, possibilitando que cada pessoa organize o quadro da forma que desejar. A Querida Cerveja já está desenvolvendo novos artigos, como um abridor de garrafas que não amassa a tampa.
Ainda na área de colecionáveis, atua Luiz Roberto Fonseca Pinto, 39 anos, de São Leopoldo. Ao lado da esposa, Natascha Costa Pinto, 38, ele mergulhou de cabeça no mercado. Formado em engenharia mecânica, largou tudo para criar "quadros que colecionam momentos". Os itens servem como depósito de tampas degarrafas ou de rolhas.
Natascha, psicóloga, viu o modelo em uma revista e comentou com o marido que queria comprar um igual. Foi ali que despertou o espírito empreendedor de Pinto. Em vez de procurar uma loja que o vendesse, fez parceria com uma marcenaria e resolveu produzir.
A empreitada começou em julho de 2015, mas o presente à esposa só foi entregue no fim do ano - já que a primeira unidade foi vendida em seguida. Assim como a segunda, a terceira, a quarta. Hoje, são 115 comercializados.
"É a primeira vez que estamos empreendendo. Está sendo um desafio. O negócio não sai funcionando da noite para o dia. Não é um nicho de mercado que sai faturando R$ 20 mil ou R$ 30 mil por mês", comenta Pinto.
Os quadros são largos, acabados com vidro e abertos na parte superior, com uma mensagem no centro - que pode ser personalizada pelo cliente. Pinto diz que se conseguir garantir a venda de 40 quadros por mês ficará realizado. "Estamos quase lá", revela.
Os adereços podem ser comprados pelo Facebook da B&N Arte em Madeira ou em algumas lojas de São Leopoldo, Novo Hamburgo e Sapiranga com preços que variam entre R$ 160,00 e R$ 350,00.

Geleia para ter gosto amargo

Manise Bergamo, 55 anos, formada em Jornalismo, lançou recentemente, em São Leopoldo, uma geleia de cerveja. A ideia surgiu após ver que uma americana fazia algo semelhante nos Estados Unidos.
"Criei no final do ano passado, em novembro, e já vendi cerca de 50 potes", detalha. Cada recipiente tem 200 g e custa R$ 12,00. Há opções com cerveja stout (sabor chocolate) e gourmet.
A receita ainda está sendo aprimorada para que fique mais amarga. "Ela fica doce, com um toque de malte", descreve.
Manise pretende fazer consultorias com o Sebrae para criar um rótulo, código de barras e tabela nutricional para a geleia. As vendas ocorrem em feiras ou pelo Facebook da Ki Geleia.
A maior parte do público, conta, é composta por homens. "A dificuldade para o microempresário é o fato de termos de produzir, embalar, vender, fazer tudo", expõe.

Ideia boa para cachorro

Cerveja serve de inspiração também para o mercado pet. Foi criada, em 2012, a Dog Beer, um petisco líquido nos mesmos moldes da cerveja normal, porém sem álcool e gás carbônico. A novidade foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia e Alimentos e Bebidas do Senai de Vassouras, no Rio de Janeiro.
Quem está à frente do negócio é o diretor comercial Lucas Marques, que diz que o gosto "dá para confundir o humano". "A Dog Beer é mais que um produto, representa um estilo de vida. Seus consumidores são pessoas que gostam de confraternizar com a família e os amigos e fazem questão de inserir o pet nesses momentos especiais", diz.
Dois anos de estudos envolveram veterinários e especialistas em cerveja, e resultaram em uma bebida palatável, à base de água, malte e carne, colocada no mercado em 2015. A Dog Beer está disponível em unidades de 355 ml, e o preço médio do produto é de R$ 9,99. Além de petshops, pode ser encontrada no www.petvirtual.com.br. A distribuição em Porto Alegre começou em janeiro.
Desde agosto, já foram comercializadas 150 mil garrafas. "Hoje, temos a primeira e maior cervejaria de animais de estimação na América. Existe uma na Bélgica, que descobrimos depois de lançar a Dog Beer", ressalta Marques.
 

Um brigadeiro especial para o coquetel

Ao começar a frequentar eventos promovidos pela República da Cerveja, em São Leopoldo, a publicitária Gerusa Wasum, 38 anos, da Bonjour Doces, resolveu criar uma opção para os amigos: brigadeiro de cerveja. A alternativa, chamada de Brigbeer, incrementa seu cardápio de 22 sabores. "Inicialmente, ofereci aos clientes um kit presenteável no final do ano passado, composto por um brownie e uma cerveja de chocolate que harmonizava superbem com o doce. A aceitação foi incrível", conta Gerusa.
Para a produção do doce, a bebida é apurada, gerando uma espécie de essência. "Fica com toque do sabor, é bem gostoso", garante.
Segundo ela, os brigadeiros estão sendo mais requisitados por adultos, mas, como o teor alcoólico é eliminado, pode ser consumido por qualquer pessoa. A Bonjour Doces está no mercado há dois anos, e a produção chega a 5 mil unidades por mês. "Cervejas fazem um ótimo par com sobremesas. Harmonizando ou dentro delas, é um ingrediente que pode ser bem explorado", diz.
 

SORVETE!

O Bar Infiel, com unidades em Porto Alegre e Atlântida, criou um sorvete de cerveja. Além disso, drinks, molho de queijo - que acompanha os petiscos - e branquinho e negrinho são feitos com a loira! #eitcha