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Contas Externas

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2016 às 18:42

Déficit externo cai 60%, menor valor desde 2009

 Shoppers are seen outside Macy's Herald Square in midtown Manhattan November 20, 2015 in New York.  Retail executives are having a lackluster outlook on holiday shopping with the warm weather that has depressed sales of cold-weather apparel; a drop in international tourists due to the strong dollar; and the preference of consumers to spend extra money from lower gas prices on other items, such as home improvement goods and cars. AFP PHOTO / TIMOTHY A. CLARY

Shoppers are seen outside Macy's Herald Square in midtown Manhattan November 20, 2015 in New York. Retail executives are having a lackluster outlook on holiday shopping with the warm weather that has depressed sales of cold-weather apparel; a drop in international tourists due to the strong dollar; and the preference of consumers to spend extra money from lower gas prices on other items, such as home improvement goods and cars. AFP PHOTO / TIMOTHY A. CLARY


TIMOTHY A. CLARY/AFP/JC
O Banco Central (BC) já avalia que o déficit externo do País pode ficar abaixo dos US$ 41 bilhões projetados em dezembro do ano passado para o final de 2016. Em janeiro, o déficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países ficou em US$ 4,8 bilhões, queda de 60% em relação a janeiro de 2015 e menor valor desde janeiro de 2009.
O Banco Central (BC) já avalia que o déficit externo do País pode ficar abaixo dos US$ 41 bilhões projetados em dezembro do ano passado para o final de 2016. Em janeiro, o déficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países ficou em US$ 4,8 bilhões, queda de 60% em relação a janeiro de 2015 e menor valor desde janeiro de 2009.
O resultado surpreendeu o BC, que projetava resultado negativo de US$ 6,7 bilhões para o mês. Para fevereiro, o BC projeta déficit de US$ 1,5 bilhão, cerca de 80% menor que no mesmo período do ano passado. A projeção do BC para o ano é uma queda de 30%. Estimativas do mercado já apontam redução de quase 50%.
No acumulado em 12 meses, o déficit está em 2,94% do PIB, retornando ao mesmo nível de setembro de 2012. Em abril de 2015, o indicador chegou a 4,51% do PIB, pico da atual série histórica.
Nesse período, houve melhora nos dados da balança comercial, queda nos gastos com serviços (como viagens ao exterior) e redução das remessas de lucros. "Os dois componentes que estavam presentes em 2015 permanecem (influenciando o resultado). O menor ritmo da atividade econômica, que implica menor demanda por bens e serviços do exterior, e a desvalorização cambial", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
"A nossa projeção de US$ 41 bilhões para 2016 já está se mostrando conservadora", disse Maciel. A expectativa do mercado, por exemplo, já é de um resultado negativo de US$ 31,2 bilhões, segundo a pesquisa Focus.
Maciel afirmou que houve uma aceleração na redução do déficit, principalmente, no segmento de serviços. Os gastos dos brasileiros em viagens internacionais caíram 62% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. Desde 2009 - no auge da grande turbulência financeira internacional -, o brasileiro não gastava tão pouco lá fora.
"O impacto na conta de viagens internacionais chama atenção. Tem a questão do câmbio e também a atividade econômica, que tem efeitos sobre a renda", explicou.
Maciel adiantou que os dados de fevereiro devem repetir o quadro. Nos 19 primeiros dias deste mês, o turista daqui gastou apenas US$ 612 milhões no exterior.
Caro para o brasileiro, mas baratos para os estrangeiros. As receitas com o turismo aumentaram 14% no mês passado. Como o Brasil ficou mais barato para os viajantes de fora, eles deixaram US$ 650 milhões aqui em janeiro: o melhor desempenho dos últimos três anos.
Já nas remessas de lucros, houve queda de 70% em janeiro, e o dado de fevereiro parcial mostra um saldo próximo de zero. "A despeito do crescimento no estoque de investimento direto no País, há duas componentes que concorrem para a redução na despesa de lucros e dividendos, o menor faturamento das empresas e o câmbio, que torna o custo de remessas mais alto", afirmou Maciel.

Investimento Direto no País atinge US$ 5,455 bilhões

Em janeiro, o Brasil recebeu US$ 5,455 bilhões de Investimento Direto no País (IDP), segundo dados do Banco Central. Em dezembro, o ingresso desses recursos havia somado US$ 15,211 bilhões, e, no primeiro mês de 2015, US$ 5,765 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses até janeiro, o saldo de IDP somou US$ 74,764 bilhões, o que representa 4,26% do Produto Interno Bruto (PIB).
A estimativa do BC para janeiro era de recebimentos de investimentos estrangeiros no total de US$ 4,6 bilhões. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, até o dia 22 do mês passado, o País já havia recebido US$ 3,6 bilhões por essa conta. No Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem, a estimativa é de que, no acumulado deste ano, o saldo de IDP chegue a US$ 55 bilhões.
O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou praticamente estável no primeiro mês do ano. O indicador ficou positivo em apenas US$ 4 milhões em janeiro. Em igual mês de 2015, o resultado havia ficado no azul em US$ 1,666 bilhão.
Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 1,193 bilhão em janeiro. Em igual mês de 2015, essas aplicações ficaram fortemente positivas em US$ 10,634 bilhões.
O aumento da procura por tais títulos teve início em junho de 2013, quando o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre esse tipo de aplicação. Mais recentemente, o ciclo de aperto monetário aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e o restante do mundo, tornando as aplicações brasileiras de renda fixa mais interessantes para os estrangeiros. Mesmo assim, a procura, nos últimos meses, por esse investimento diminuiu.