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Mercado de Capitais

- Publicada em 17 de Fevereiro de 2016 às 23:21

Ações do Banrisul acumulam alta de 8,4%

 O Banrisul divulga o balanço financeiro de 2015.     na foto: Ricardo Hingel

O Banrisul divulga o balanço financeiro de 2015. na foto: Ricardo Hingel


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Após a divulgação do balanço do Banrisul, na manhã de terça-feira, as ações preferenciais  do banco gaúcho foram alavancadas e fecharam o pregão em alta de 9,33%, cotadas a R$ 4,92. A precificação dos papéis reforçou a boa aceitação do mercado diante de alguns fundamentos positivos apresentados nos demonstrativos contábeis. Ontem, ainda na esteira dos resultados de 2015, a BRSR6 chegou a atingir o patamar de R$ 5,12 nas primeiras horas do dia ( 4%). No entanto, com o novo rebaixamento do rating do Brasil pela S&P, o ativo perdeu força, voltou a flutuar no campo negativo e ficou mais dificil sustentar a posição acima de R$ 5,00, encerrando a sessão em leve queda de 0,81%, negociado a R$ 4,88.
Após a divulgação do balanço do Banrisul, na manhã de terça-feira, as ações preferenciais  do banco gaúcho foram alavancadas e fecharam o pregão em alta de 9,33%, cotadas a R$ 4,92. A precificação dos papéis reforçou a boa aceitação do mercado diante de alguns fundamentos positivos apresentados nos demonstrativos contábeis. Ontem, ainda na esteira dos resultados de 2015, a BRSR6 chegou a atingir o patamar de R$ 5,12 nas primeiras horas do dia ( 4%). No entanto, com o novo rebaixamento do rating do Brasil pela S&P, o ativo perdeu força, voltou a flutuar no campo negativo e ficou mais dificil sustentar a posição acima de R$ 5,00, encerrando a sessão em leve queda de 0,81%, negociado a R$ 4,88.
Mesmo assim, em dois dias, a apreciação é de 8,4% e dilui uma pequena parcela das perdas registradas em 2015. Na terça-feira, antes da publicação do balanço que identificou lucro líquido de R$ 848,8 milhões no último exercício, as ações eram cotadas a R$ 4,50. O valor representava uma desvalorização de 64,5% em 12 meses, quando o ativo era precificado a R$ 12,69 (em 18 defevereiro de 2015).
A queda livre da BRSR6 remete à janeiro do ano passado. Com a propagação do agravamento da situação fiscal do governo do Rio Grande do Sul muitos analistas passaram a divulgar leituras apontando que instituição financeira gaúcha poderia ser muito penalizada por essa razão.
Em maio, o Credit Suisse reduziu o preço-alvo das ações de R$ 15,40 para R$ 12,00. Na época, o desempenho dos papéis era o pior entre bancos acompanhados pela instituição suíça no País.
O movimento foi justificado por projeções de queda para a concessão de crédito, mas também pelos boatos de que o banco poderia ser chamado a realizar um empréstimo ao seu acionista majoritário - o governo do Estado. A notícia perdeu força, pois a própria Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) veta esse tipo de operação.
Na avalição do diretor de Relações com Investidores do Banrisul, Ricardo Hingel, naquele momento havia certa "irracionalidade" nesse tipo de projeção. Após o término da divulgação do balanço anual, o executivo destacou que, a partir dos demonstrativos, a tendência seria de melhores entendimentos sobre "posicionamento defensivo" adotado pela instituição.
O comentário estava centrado, principalmente, no que se refere às expectativas de crescimento mais contido para o crédito, que obteve variação positiva de apenas 5% enquanto a inadimplência atingiu níveis históricos de 4,32% nas operações de 90 dias.
Em setembro de 2015, o próprio Credit Suisse refez as projeções e passou a considerar a baixa precificação dos papéis como um "exagero" do mercado. Segundo a instituição, a crise fiscal do controlador não diminuía a confortável situação de liquidez do Banrisul e nem a capacidade de pagamento de dividendos.
Na ocasião, o banco finalizava uma operação e recompra de dívida subordinada, emitida em 2012, no valor de US$ 775 milhões e um resgate de Letras Financeiras de cerca de R$ 900 milhões. Jutas, as transações integralizaram quase R$ 2 bilhões ao cálculo dos Recursos Captados e Administrados, que passaram de 48,06 bilhões em dezembro de 2014 para 51,99 bilhões em 2015. A evolução de 8,2% obtida no período reforçou a liquidez da instituição.
Mais tarde, em outubro, a instituição suíça passou a estimar que o lucro líquido do Banrisul poderia apresentar queda de 2%, enquanto o sistema financeiro teria evolução de 21%. Por esse e outros motivos, o Credit Suisse contraindicou a compra dos papeis BRSR6 em 2016, em relatório publicado no final de dezembro. Contrariando as expectativas, os demonstrativos do banco gaúcho mostram alta de 22,8% no lucro líquido de 2015.

Nova corretora será ativada ainda no primeiro semestre

A criação de uma corretora de seguros gera muitas expectativas. Em 2015, a Assembleia Legislativa autorizou o Banrisul a estruturar a empresa. Agora, consolidação da parceria com a Icatu Seguros, que deve originar a holding Bipar, deve ser ativada ainda no primeiro semestre.
O gestor da Zenith Asset Management, Rafael Morsch explica que o mercado começa a perceber que banco não depende apenas do crédito. Assim como Bradesco e Itaú já incorporam receitas de cartões, o Banrisul segue a mesma linha. Ele lembra que a corretagem de seguros, somada a adquirência (Rede Vero), já corresponde a cerca a 25% do Lucro Líquido de 2015. O crescimento projetado, após o ingresso da nova empresa, pode chegar a 40% em 2016.
No exercício passado, operação de seguros do Banrisul totalizou R$ 168,6 milhões, alta de 38,8% sobre os 121,5 milhões de 2014. A partir da estruturação da corretora, a tributação sobre os ganhos de corretagem, antes feita com base nas alíquotas do sistema financeiro, ganhará em eficiência.
Outra vantagem é a baixa necessidade de capital. O diretor de Relações com Investidores do Banrisul, Ricardo Hingel, explica que os múltiplos deste segmento tendem a ser altos e seria possível distribuir entre 80% e 90% dos resultados aos acionistas. "Não será mais necessário imobilizar recursos para formação de caixa", comenta.
Segundo ele, quando se separa a corretagem, os mesmos múltiplos se tornam maiores em razão do baixo risco. Isso ocorre porque a operação de corretagem possui, por princípio, a geração de caixa próprio. A operação da seguradora, por sua vez, possui os riscos de sinistralidade.

Política de dividendos aumenta a atratividade dos ativos

O balanço do Banrisul reforçou a atratividade da política de distribuição de dividendos. Em 2015, foram pagos aos acionistas R$ 356,4 milhões, crescimento de 26,9% sobre os 280,8 milhões repartidos no exercício anterior. O mesmo desempenho é válido para o retorno sobre o Patrimônio Líquido que registrou um incremento de 9,5%.
Conforme explica o Gestor da Zenith Asset Management, Rafael Morsch, o banco costuma distribuir 50% dos pagamentos a cada trimestre. Trata-se de um fluxo relevante para os acionistas. Em 12 meses, por exemplo, a relação entre os dividendos e a cotação atual (dividend yield) representa 18%. Em instituições como Itaú e Bradesco o mesmo indicador foi de 3% e 6%, respectivamente.
"Existe uma perspectiva de retorno bem maior. O próprio Estado, o maior acionista do banco, se beneficia dessa política, pois recebe proporcionalmente os recursos. Muitos chegam a defender o aumento da distribuição por essa razão", comenta.