Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Petróleo

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2016 às 21:58

Shell defende abertura do pré-sal a empresa privada

 BEN VAN BEURDEN, CEO OF OIL COMPANY SHELL SPEAKS DURING A PRESS CONFERENCE AFTER MEETING BRAZILIAN PRESIDENT DILMA ROUSSEFF AT PLANALTO PALACE IN BRASILIA, BRAZIL, ON APRIL 23, 2015. BEURDEN TALKED WITH ROUSSEFF ABOUT INVESTMENTS RELATED TO  EXPLORATION WITH  BRAZILIAN COMPANY PETROBRAS OFF THE BRAZILIAN COAST. AFP PHOTO/EVARISTO SA

BEN VAN BEURDEN, CEO OF OIL COMPANY SHELL SPEAKS DURING A PRESS CONFERENCE AFTER MEETING BRAZILIAN PRESIDENT DILMA ROUSSEFF AT PLANALTO PALACE IN BRASILIA, BRAZIL, ON APRIL 23, 2015. BEURDEN TALKED WITH ROUSSEFF ABOUT INVESTMENTS RELATED TO EXPLORATION WITH BRAZILIAN COMPANY PETROBRAS OFF THE BRAZILIAN COAST. AFP PHOTO/EVARISTO SA


EVARISTO SA/AFP/JC
O presidente global da Shell, Ben Van Beurden, defendeu ontem a flexibilização das regras para exploração do pré-sal, que hoje garantem exclusividade à Petrobras. O executivo está no Rio de Janeiro para divulgar o início do processo de fusão das atividades com a BG, resultado de um processo de aquisição de US$ 70 bilhões, anunciado em abril de 2015.
O presidente global da Shell, Ben Van Beurden, defendeu ontem a flexibilização das regras para exploração do pré-sal, que hoje garantem exclusividade à Petrobras. O executivo está no Rio de Janeiro para divulgar o início do processo de fusão das atividades com a BG, resultado de um processo de aquisição de US$ 70 bilhões, anunciado em abril de 2015.
"Esse é um assunto que diz respeito ao governo e aos congressistas, mas se me perguntar (se a abertura a outras empresas) faz sentido, eu diria que faz sentido. Ajudaria a dividir os riscos e a trazer mais investimentos", disse o executivo. A lei atual garante à Petrobras a exclusividade da operação do pré-sal, mas a pressão para a flexibilização da regra vem aumentando diante das dificuldades financeiras da estatal.
A vinda de Van Beurden dá uma dimensão da importância estratégica do Brasil para a nova companhia. Um mês depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, ele optou por voltar ao País para explicar a integração das atividades, enviando membros da diretoria a outros países. "O Brasil será um país-chave na nossa estratégia. Está seguramente no top 3 de nosso portfólio e, se considerarmos apenas a produção em águas profundas, é o maior."
Van Beurden disse acreditar na competitividade do pré-sal, mesmo em um cenário de petróleo barato. "O break even (preço de equilíbrio dos projetos) é muito favorável, mesmo nessa faixa de preços. E, se os preços caem, os custos também caem", comentou. "Além disso, são projetos de três ou quatro décadas, então temos que pensar em três ou quatro décadas", disse o executivo.
A Shell é parceira da Petrobras no campo de Libra e a BG tem participação em outras três concessões operadas pela estatal no pré-sal, incluindo o campo de Lula, o maior do País. Juntas, as duas produzem hoje 240 mil barris de óleo equivalente (somado ao gás) por dia no País.
O executivo disse acreditar "na geologia e nos fundamentos da economia brasileira", mas defendeu estabilidade regulatória e fiscal para permitir os investimentos. A Shell foi uma das poucas petroleiras a se manifestar publicamente contra uma série de leis aprovadas pelo governo do Rio no final do ano passado que podem aumentar os custos do setor.
Ele minimizou a crise da Petrobras, dizendo que "a empresa vai sair dessa e continuar ajudando o País". Mas disse que ainda não discutiu com a estatal as estratégias após a fusão.
A união das atividades da Shell e da BG no Brasil começa a ser desenhada a partir desta segunda-feira. Van Beurden não quis adiantar quantas pessoas serão demitidas no País, argumentando que a análise da estrutura organizacional levará três meses. Em todo o mundo, a expectativa é que o corte chegue a 2.800 empregados, garantindo ganhos de sinergia de US$ 3,5 bilhões por ano até 2018. A companhia definiu que seus focos de atuação serão o mercado global de gás natural liquefeito (GNL) e a exploração e produção de petróleo em águas profundas.

Braga diz que governo apoia legislação atual do setor

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou ontem que a posição do governo é de defesa à legislação atual de exploração do pré-sal. Chegando a seu gabinete, ele falou a jornalistas sobre a importância do regime de partilha e do modelo de operação única da Petrobras.
"Defendo o modelo de partilha", disse. "O regime de partilha tem função macroeconômica e é fundamental para viabilizar o fundo social." Para o ministro, a operação única também é importante, porque dá à Petrobras a garantia de participação na área do pré-sal.
Pela legislação em vigor, a Petrobras é operadora única do pré-sal e tem a obrigação de participar com 30% em todos os campos ainda a serem leiloados. De acordo com Braga, o tema está em discussão no Congresso e vai depender de os parlamentares tomarem a decisão final sobre o modelo. Ele não quis responder se o governo vetaria mudanças na legislação.