Após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter autorizado no começo do mês a diminuição da potência da termelétrica da Tractebel em Charqueadas, a assessoria de imprensa da empresa confirma que a usina a carvão seguirá operando. A redução da capacidade do complexo, de 72 MW (cerca de 2% da demanda média de energia do Estado) para 36 MW, era necessária para enquadrar o empreendimento nos critérios de eficiência da Resolução Normativa nº 500 da Aneel e assim não perder o subsídio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
O presidente do Sindicato dos Mineiros do Rio Grande do Sul, Oniro Camilo, afirma que essa é uma decisão fundamental para evitar a demissão de mais de 2 mil trabalhadores na região. No entanto, o sindicalista acrescenta que é necessário encontrar uma resposta definitiva. "Não pode ser algo de apenas um ou dois anos", frisa.
No voto do diretor da Aneel Reive Barros dos Santos, dentro do processo que possibilitou a redução da potência, o dirigente ressaltou que foi encaminhada a solução de curto prazo. Além disso, Santos salientou que a Tractebel declarou que os esforços de manutenção e investimentos empreendidos nos últimos anos foram voltados a estender a vida útil da usina, já com 53 anos de operação, até final de 2018. "Creio ser de relevante importância que tanto a Copelmi, mineradora que detém o contrato de fornecimento de carvão mineral, quanto a Tractebel devam desde já encaminhar propostas para continuidade da exploração da termelétrica Charqueadas, para além de 2018", defende o diretor da Aneel.
Entre as opções de manutenção, Santos visualiza a realização de leilão específico para a fonte carvão mineral nacional, com a possibilidade de venda da energia produzida por uma usina a ser construída no mesmo local onde está implantada a térmica de Charqueadas, originando nova outorga.