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Economia

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2016 às 21:58

Vinícolas se espraiam no mercado de cervejas

 Diretor da Vinícola Valduga, Eduardo Valduga, e cervejeiro Rodrigo Veronese, responsáveis pelo projeto da  Cervejaria Leopoldina - Crédito Valduga divulgação

Diretor da Vinícola Valduga, Eduardo Valduga, e cervejeiro Rodrigo Veronese, responsáveis pelo projeto da Cervejaria Leopoldina - Crédito Valduga divulgação


VALDUGA/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Há algum tempo, o cenário poderia parecer mais do que improvável, para dizer o mínimo: vinícolas, conhecidas pela sofisticação e complexidade na elaboração de seus produtos, enveredando pelo mercado cervejeiro, tradicionalmente visto como popular. Principalmente por conta da ascensão das cervejas artesanais, porém, os tempos são outros, e já não é difícil achar empresas que optam pela estratégia. Pelo menos duas delas, a Perini e a Valduga, já aderiram à nova moda, que, garantem, veio para ficar.
Há algum tempo, o cenário poderia parecer mais do que improvável, para dizer o mínimo: vinícolas, conhecidas pela sofisticação e complexidade na elaboração de seus produtos, enveredando pelo mercado cervejeiro, tradicionalmente visto como popular. Principalmente por conta da ascensão das cervejas artesanais, porém, os tempos são outros, e já não é difícil achar empresas que optam pela estratégia. Pelo menos duas delas, a Perini e a Valduga, já aderiram à nova moda, que, garantem, veio para ficar.
"O consumidor moderno de cerveja começou a mudar, e isso nos levou a ver que poderia ser o momento de apresentar ao mercado uma cerveja da mesma forma que apresentamos o vinho", argumenta o diretor comercial da Vinícola Perini, de Farroupilha, Franco Perini. O executivo foi uma das principais forças dentro do grupo que, após anos de cogitação, lançou, em 2014, a cerveja Matarelo - homenagem à localidade do Norte da Itália de onde vieram os antecessores da família. Perini cita hábitos como a busca por novos produtos, melhores e com acabamento qualificado, há alguns anos quase inexistentes, como as principais aproximações com o público dos vinhos.
Embora ambas sejam bebidas fermentadas, porém, as semelhanças, pelo menos no processo produtivo, param por aí. Perini comenta que, por isso, foi buscada a parceria com a cervejaria Santamate, de Santa Maria, onde são produzidas os quatro rótulos da cerveja. "Até desenvolvermos um know-how a contento para elaborar uma cerveja de alto padrão, além de aporte alto de investimento, levaria muito tempo", justifica o executivo. A parceria ainda permitiria a expansão do volume, que, sem entrar em detalhes, teria dobrado em 2015, segundo Perini. A linha está presente, principalmente, no varejo gaúcho, ancorada na estrutura de distribuição e vendas da vinícola.
Desde a metade do ano passado, entretanto, a Matarelo ganhou companhia no mundo das cervejas produzidas por vinicultores. Foi quando a Valduga lançou a Cervejaria Leopoldina, cujo nome faz referência à linha de Bento Gonçalves onde está situada a vinícola. As estratégias, porém, são diferentes: com um investimento de R$ 3,5 milhões, a empresa está construindo uma fábrica própria, em Garibaldi, que deve ser inaugurada até março. Até lá, os cinco rótulos da bebida estão sendo produzidas diretamente na planta do fornecedor dos equipamentos.
"Com a fábrica, produziremos 30 mil litros mensais. Nosso objetivo é chegar aos 300 mil litros por mês nos próximos anos, e responder a 15% do faturamento do grupo", projeta o cervejeiro responsável, Rodrigo Veronese. Optando por uma estrutura de vendas diferente da utilizada para os vinhos do grupo, a aposta é chegar a lojas especializadas e restaurantes. "Entendemos que, para sermos reconhecidos no mercado de cerveja, precisamos ser reconhecidos como um produtor de cerveja", argumenta Veronese. Apesar disso, uma sinergia dentro do grupo recebe destaque pelo cervejeiro. "Nossa cerveja mais cara é maturada por 10 meses em barris de carvalho, objetos difíceis de conseguir, mas que já temos por conta do vinho", comenta o cervejeiro.
Embora ainda considere prematuro chamar o movimento como uma tendência, por serem, ainda, poucos casos isolados, o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Dirceu Scottá, não descarta que outras vinícolas venham a aderir. "Tem muita coisa a ver, é fermentação, matéria-prima de qualidade, são processos muito similares que, querendo ou não, se complementam", afirma Scottá.
O dirigente ainda ressalta a formação de um novo público consumidor da cerveja, mais preocupado com harmonizações e até mesmo mais propício a pagar um valor mais elevado por uma bebida, como um fator que pode ajudar na própria venda de vinhos pelas empresas.
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