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Economia

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2016 às 21:51

Crise derruba tarifas dos hotéis no Brasil em 2015

 Economia Brasília Esplanada dos Ministérios foto Ana Volpe Agência Senado

Economia Brasília Esplanada dos Ministérios foto Ana Volpe Agência Senado


ANA VOLPE/AGÊNCIA SENADO/JC
Guilherme Daroit
A Copa do Mundo deixou saudades, e não apenas nos amantes de futebol: desde a competição, em 2014, a hotelaria das cidades-sede teve poucas notícias boas a comemorar. Sem o fluxo de visitantes estrangeiros que encheram os quartos e elevaram os preços, aliado ao cenário econômico desfavorável que comprometeu o turismo de negócios, as tabelas de tarifas dos hotéis, como em Porto Alegre, não conseguiram crescer - e, no caso de Brasília, chegaram a despencar até 72% entre um ano e o outro.
A Copa do Mundo deixou saudades, e não apenas nos amantes de futebol: desde a competição, em 2014, a hotelaria das cidades-sede teve poucas notícias boas a comemorar. Sem o fluxo de visitantes estrangeiros que encheram os quartos e elevaram os preços, aliado ao cenário econômico desfavorável que comprometeu o turismo de negócios, as tabelas de tarifas dos hotéis, como em Porto Alegre, não conseguiram crescer - e, no caso de Brasília, chegaram a despencar até 72% entre um ano e o outro.
O dado é de um levantamento realizado pela HRS, portal alemão de reservas de hotéis, que mostra que, entre os principais centros da América Latina, a tendência de queda nas tarifas é quase exclusiva do Brasil. Apenas Assunção (-11,2%) também apresenta retração entre as cidades pesquisadas, enquanto destinos como Buenos Aires ( 13%), Lima ( 36,6%), Santiago ( 7%) e Cidade do México ( 57,7%) vão na contramão.
Para o diretor executivo da HRS, Alexandre Pereira, um dos fatores que ajuda a explicar a queda no Brasil tem a ver com a ainda pouca presença de unidades de cadeias internacionais no País. Os hotéis independentes representariam 85% da rede nacional, e, com isso, suas tarifas se tornam mais flexíveis e menos atreladas aos preços internacionais. "O independente também tem mais necessidade de se adaptar aos preços regionais, e, assim, o mercado local influi mais na média", comenta Pereira.
O fator se torna relevante, porque, como se sabe, o mercado local não teve o melhor dos anos em 2015. Com a recessão econômica, as empresas cortaram boa parte dos custos com o turismo de negócios, que é o principal gerador de fluxo de vários destinos. Além disso, a base de comparação não era das mais favoráveis, porque, com a Copa do Mundo em 2014, as tarifas haviam inflado no ano anterior. É o caso de Brasília, por exemplo, onde a tarifa média caiu de ¤ 239,00, em 2014, para
¤ 67,00 (como é calculado em euros, a queda se torna ainda maior por conta da desvalorização do real no período). Em outros centros mais fortes no setor, principalmente do turismo de lazer e, portanto, menos dependentes de um fato extraordinário, a queda foi mais branda, de 10,2% no Rio de Janeiro e de 2% em São Paulo.
Em Porto Alegre, a situação também foi percebida. Segundo levantamento mensal realizado pelo Sindicato dos Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), a tarifa média caiu de R$ 224,61, em 2014, para R$ 220,94 em 2015, queda de 1,63%. Levando em conta apenas os meses de junho, a queda, porém, é bem maior, de 20,6%, passando de R$ 272,92, no período da Copa, para R$ 216,68 no ano passado.
Segundo o presidente do SHPOA, Carlos Henrique Schmidt, a situação é pior do que parece se levada em conta a inflação do período. "Nominalmente, com exceção do estouro pontual da tarifa durante a Copa, a tarifa se manteve estável em 2014 e 2015, sempre em torno dos R$ 220,00. Estamos defasados em pelo menos 10%, portanto", argumenta Schmidt. A ocupação média dos quartos na Capital, que beirou os 70% durante a Copa, também não passou de 46,3% em 2015. "Estamos passando do limite, pois hotelaria com 40% de ocupação já é prejuízo", garante.
Sem perspectivas de grandes melhorias na economia brasileira para 2016, a situação deve se repetir por mais um ano. "Vai ser um ano difícil, trabalhado, e provavelmente sem recuperação de tarifa", projeta Schmidt. O presidente também cita que, caso a previsão se confirme, não restará alternativa a não ser reduzir ainda mais os custos - inclusive em mão de obra, principal item da planilha de custos dos hotéis.
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