O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou queda de 2,7% em janeiro, alcançando 97,3 pontos. O resultado interrompe uma sequência de quatro altas consecutivas do indicador e sinaliza uma acomodação da tendência de alta da taxa de desemprego ao início de 2016. Já o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), também da FGV, apresentou nova alta em janeiro de 2016, ao variar 5,4%, atingindo 73,8 pontos, o maior nível desde janeiro de 2015 (74,2 pontos). Com o resultado, o indicador sinaliza uma desaceleração da intensidade de queda do total de pessoal ocupado na economia nos próximos meses.
"No caso do IAEmp, o aumento do indicador é positivo, mas com seu nível ainda extremamente baixo, indica apenas que a perspectiva futura parou de piorar. A melhora não parece indicar ampliação do emprego no futuro próximo, mas sim uma redução do nível de destruição do mesmo", afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV/Ibre.
"A pequena redução na ponta do ICD não caracteriza uma mudança na tendência da taxa de desemprego e deve ser observada com cuidado, visto a elevação persistente do desemprego nos últimos meses. O indicador ainda mostra um grande pessimismo com a situação atual do mercado de trabalho", continua o economista.
Os indicadores que mais contribuíram para a alta do IAEmp foram os que medem o grau de satisfação com a situação corrente dos negócios, na Sondagem de Serviços, e o ímpeto de contratação para os próximos três meses, na Sondagem da Indústria, com variações de 12,8% e 7%, respectivamente. Em relação ao ICD, a classe que mais contribuiu para a queda foi a dos consumidores com renda até R$ 2.100,00, cujo indicador de percepção de facilidade de se conseguir emprego variou -3,7%.