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Economia

- Publicada em 02 de Fevereiro de 2016 às 19:05

Moody's vem ao Brasil para nova avaliação

 Brazilian Finance Minister Nelson Barbosa smiles during a meeting with Rio de Janeiro's Governor Fernando Pezao (out of frame) in Brasilia on January 26, 2016.   AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE

Brazilian Finance Minister Nelson Barbosa smiles during a meeting with Rio de Janeiro's Governor Fernando Pezao (out of frame) in Brasilia on January 26, 2016. AFP PHOTO / ANDRESSA ANHOLETE


ANDRESSA ANHOLETE/AFP/JC
Com a piora das contas públicas e de outros indicadores da economia brasileira, será difícil para a equipe econômica segurar a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody's, que desembarcou ontem em Brasília para uma nova avaliação do País, na véspera do feriado do carnaval.
Com a piora das contas públicas e de outros indicadores da economia brasileira, será difícil para a equipe econômica segurar a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody's, que desembarcou ontem em Brasília para uma nova avaliação do País, na véspera do feriado do carnaval.
A avaliação é de integrantes do próprio governo, que destacam ainda que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, terá o desafio de lidar com a desconfiança das agências em relação aos rumos que ele dará à condução da política econômica. Se confirmado o prognóstico, será a terceira das grandes agências a retirar o grau de investimento do País, acompanhando Standard & Poor's e Fitch. Depois do rombo de R$ 115 bilhões das contas públicas na semana passada, as agências já manifestaram preocupação com a incapacidade de o governo federal cortar gastos num ambiente em que a receita "não aparece".
A missão da Moody's chega ao País faltando poucos dias para o anúncio do corte do Orçamento da União e depois da mudança de rota da política monetária pelo Banco Central, que decidiu manter os juros em 14,25%, depois de sinalizações de que elevaria a Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Essa é primeira visita de representantes de uma grande agência de classificação de risco com Barbosa à frente do comando do Ministério da Fazenda. No Ministério do Planejamento, o ministro chegou a minimizar a impacto da perda do grau de investimento pela S&P, destacando que se tratava "apenas de uma avaliação" de uma agência importante. Essa postura foi bastante criticada pelo seu antecessor no cargo, Joaquim Levy.
Para a agência, Barbosa é considerado uma espécie de "contrapeso" do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que queria uma acomodação fiscal mais rápida. Por isso, a desconfiança agora. "Ele vai ter de lidar com essa desconfiança", comentou uma fonte da equipe econômica. A equipe do ministro deve reforçar a estratégia de reforma fiscal, anunciada na semana passada durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, que inclui bandas fiscais e um teto para o crescimento do gasto.
No início de dezembro do ano passado, a Moody's pôs a nota de crédito soberano do Brasil em revisão para um possível rebaixamento. A atual nota do País é Baa3, o último nível dentro do grau de investimento. Segundo a agência, na época, as complicações no cenário político pioram a tendência de crescimento da dívida do País. Menos de uma semana depois, a Fitch retirou o grau de investimento, seguindo os passos da S&P.
De lá para cá, os indicadores pioraram, principalmente o endividamento público, que mostrou forte crescimento em 2015 com tendência de alta nos próximos anos. A dívida e o seu perfil de composição é um dos principais dados observados pelas agências. Na semana passada, o Tesouro Nacional projetou uma piora do perfil da dívida para 2016 e previu que o quadro só deve melhorar daqui a três anos.
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