A Justiça Federal do Rio de Janeiro decidiu soltar nesta quinta-feira o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo. Ele havia sido preso na quarta-feira, mesmo depois de ter fechado um acordo de delação premiada, o que levou o juiz Sérgio Moro, do Paraná, a liberá-lo para cumprir prisão domiciliar no dia 5 de fevereiro.
Azevedo ficou um único dia preso no Rio, após ser transferido de São Paulo, onde mora. No Paraná, ele ficou detido por quase oito meses.
A segunda prisão ocorreu porque havia um mandado pendente, decretado pelo juiz federal Marcelo da Costa Bretas, do Rio de Janeiro, por causa das suspeitas de pagamento de propina na construção da usina nuclear Angra 3.
O advogado da Andrade, Juliano Breda, afirmou à reportagem que "a decisão é justa porque a prisão era injustificável".
Azevedo foi preso pela segunda vez em casa, com uso de tornozeleira eletrônica.
O juiz do Rio decidiu estender a Azevedo o benefício da prisão domiciliar que ele já havia concedido a um ex-executivo da Andrade Gutierrez (Flávio Barra), a outro da Engevix (José Antunes Sobrinho) e ao ex-presidente da Eletronuclear (o almirante Othon Pinheiro da Silva).
A defesa de Azevedo pretendia ingressar com o pedido de liberdade no Rio no dia em que o executivo deixou a prisão no Paraná. Mas havia um empecilho: a Justiça do Rio não trabalhou na sexta-feira, dia 5, por causa do Carnaval. Segundo o advogado da Andrade Gutierrez, não seria possível fazer o pedido de liberdade por meio eletrônico porque a decisão de Moro corria sob segredo de Justiça.