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Repórter Brasília

- Publicada em 27 de Janeiro de 2016 às 16:30

Campeão dos agrotóxicos

O Brasil é o país que mais usa defensivos agrícolas no mundo. Desde 2008, ocupa o primeiro lugar no ranking dos países com maior utilização de agrotóxicos. O aumento nos últimos 10 anos foi de 190% no Brasil, mais que o dobro de 93% observado no resto do mundo. No cesto de substâncias, há produtos que foram proibidos na Europa e nos Estados Unidos. Um deles é o famoso Agente Laranja, utilizado na Guerra do Vietnã como arma química. Os defensivos fazem estragos nas duas pontas da cadeia produtiva. Enquanto os consumidores ingerem em média cinco litros de agrotóxicos por ano, os agricultores são o grosso das vítimas de envenenamento no Brasil.
O Brasil é o país que mais usa defensivos agrícolas no mundo. Desde 2008, ocupa o primeiro lugar no ranking dos países com maior utilização de agrotóxicos. O aumento nos últimos 10 anos foi de 190% no Brasil, mais que o dobro de 93% observado no resto do mundo. No cesto de substâncias, há produtos que foram proibidos na Europa e nos Estados Unidos. Um deles é o famoso Agente Laranja, utilizado na Guerra do Vietnã como arma química. Os defensivos fazem estragos nas duas pontas da cadeia produtiva. Enquanto os consumidores ingerem em média cinco litros de agrotóxicos por ano, os agricultores são o grosso das vítimas de envenenamento no Brasil.
Problemas de subnotificação
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sintox), 28% dos mais de 8 mil casos de contaminação estão relacionados a circunstâncias profissionais. São Paulo e Rio Grande do Sul estão nas primeiras posições. Os índices são elevados também na Bahia e em Santa Catarina. O Sintox também apontou que foram registrados, no País, mais de 19 mil casos de intoxicação por agrotóxico. Mas a quantidade de casos pode ser maior. De acordo com Gilberto Salviano da Silva, assessor da Secretaria de Saúde do Trabalhador da Central Única dos Trabalhadores (CUT), há uma política de saúde do trabalhador mais consistente entre os trabalhadores urbanos. Mas os casos de acidentes e doenças na zona rural ainda têm menor notificação. "Essa subnotificação de doenças dificulta a visibilidade sobre o que acontece no local de trabalho. E, no setor rural, existe ausência de informações."
Ciclo vicioso
As razões para o uso indiscriminado de defensivos agrícolas, de acordo com o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e atual deputado Pepe Vargas (PT), são a falta de programas de assistência a pequenos agricultores, o modelo de agricultura do Brasil que preza a monocultura e a produção em grandes quantidades, e os transgênicos, que precisam de defensivos. "A questão dos agrotóxicos é resolvida na legislação, mas falta orientação, e acabam usando demais. Os bancos também, muitas vezes, exigem a comprovação de uso de defensivos para liberar crédito, muitas vezes com esse modelo em mente. Por último, os transgênicos precisam de agrotóxicos", disse. Segundo ele, o uso indiscriminado de defensivos gerou uma consequência parecida com a do uso dos antibióticos: muitas pragas agora são resistentes aos defensivos. "É um ciclo vicioso."
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