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Lava Jato

- Publicada em 18 de Janeiro de 2016 às 18:23

Cúpula da OAS tentou influenciar votos no STJ

 José Aldemário Pinheiro Filho, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS.  Foto Luis Macedo/Câmara dos Deputados

José Aldemário Pinheiro Filho, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. Foto Luis Macedo/Câmara dos Deputados


LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
Mensagens obtidas pelos investigadores da Lava Jato mostram que a cúpula da OAS tentou influenciar votos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em ações que diziam respeito à empreiteira. As suspeitas, publicadas nesta segunda-feira pelo jornal O Globo, constam de um relatório da Polícia Federal (PF) obtido pela publicação e se baseiam em conversa travada entre o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o então diretor de Ações Cíveis da companhia Bruno Menezes Brasil. A PF suspeita que a estratégia de garantir votos na Corte envolveu a "ajuda" a um filho de um ministro do STJ.
Mensagens obtidas pelos investigadores da Lava Jato mostram que a cúpula da OAS tentou influenciar votos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em ações que diziam respeito à empreiteira. As suspeitas, publicadas nesta segunda-feira pelo jornal O Globo, constam de um relatório da Polícia Federal (PF) obtido pela publicação e se baseiam em conversa travada entre o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o então diretor de Ações Cíveis da companhia Bruno Menezes Brasil. A PF suspeita que a estratégia de garantir votos na Corte envolveu a "ajuda" a um filho de um ministro do STJ.
Em agosto de 2012, Pinheiro enviou a seguinte mensagem para Brasil: "Bruno, vou precisar para sexta-feira um resumo das ações de improbidade. Onde vão se concentrar os julgamentos e o tempo. Quando forem para o STJ quem serão os possíveis julgadores. Se tiver dúvida me ligue. Abraços". O funcionário da área jurídica respondeu: "Para 2014 acho que dá para trabalhar para não ter nenhum julgamento lá. 2015 idem. Só uma dúvida: o senhor quer que façamos a simulação com a intenção de postergar ao máximo a chegada no STJ?".
Naquele ano, corria na Justiça de São Paulo uma ação de improbidade administrativa sobre supostos desvios na construção da avenida Água Espraiada durante a administração dos prefeitos Paulo Maluf (PP) e Celso Pitta (PPB). Em julho de 2012, a Justiça Federal aceitou denúncia por peculato e lavagem de dinheiro contra 11 acusados no esquema, entre eles estava Léo Pinheiro. No relatório, a PF não identificou a quais processos as mensagens se referem.
"Fontes abertas indicam que o ministro do STJ José de Castro Meira tem um filho chamado Marcos José Santos Meira, que pode se tratar de Marcos Meira, ou o 'MM' mencionado nas mensagens", escreveu a PF.
Em 11 de outubro, o diretor jurídico escreveu que "MM deu uma posição" e que "não tem como ajudar". "Deve ser contra. Ele não conseguiu ter certeza do resultado, mas não consegue ajudar e acha que virão contra."
A OAS não comentou as mensagens transcritas no documento da PF. A reportagem não localizou o ex-ministro Carlos Meira e o seu filho, o advogado Marcos José Santos Meira. Pinheiro já foi condenado na Operação Lava Jato por 16 anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Presidente do PT diz que crítica de criminalistas é 'denúncia relevante'

 LANÇAMENTO DO 5º CONGRESSO DO PT NA CÂMARA DE VEREADORES DE PORTO ALEGRE.    NA FOTO: RUI FALCÃO PRESIDENTE NACIONAL DO PT NO SEMINARIO DESAFIOS E PERSPECTIVAS

LANÇAMENTO DO 5º CONGRESSO DO PT NA CÂMARA DE VEREADORES DE PORTO ALEGRE. NA FOTO: RUI FALCÃO PRESIDENTE NACIONAL DO PT NO SEMINARIO DESAFIOS E PERSPECTIVAS


ANTONIO PAZ/JC
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, diz em seu editorial semanal que a carta aberta de criminalistas apontando "exageros" na Operação Lava Jato é "mais uma denúncia relevante" sobre os "desmandos perpetrados" pela força-tarefa.
A ação já prendeu vários petistas, entre eles o ex-tesoureiro João Vaccari Neto, o ex-ministro José Dirceu e o senador Delcídio Amaral (MS), e investiga suspeita de abastecimento de campanhas do PT com dinheiro desviado da Petrobras.
Segundo Falcão, o fato de que vários signatários defendem presos pela operação não tira o mérito do documento, que foi divulgado na semana passada como "informe publicitário" nos principais jornais do País. O texto repudia a "supressão episódica de direitos e garantias" que estaria sendo praticada na Lava Jato.
Para o dirigente petista, o combate à corrupção e aos seus praticantes não pode "servir à violação de direitos, nem tampouco para fragilizar a democracia, tão duramente conquistada". "É preciso vigilância e luta aberta contra este embrião de Estado de exceção que ameaça crescer dentro do Estado Democrático de Direito", afirma Falcão.
No texto, publicado nesta segunda-feira na Agência PT, Falcão critica a publicação de fotos de réus "em uma semana da imprensa marrom", no fim de semana. Para o petista, as fotografias, provavelmente extraídas de prontuários, serviriam para "promover-lhes o enxovalhamento e instigar a opinião pública", disse.
Falcão afirma que exigem resposta das autoridades as denúncias dos "exageros das delações forçadas, dos vazamentos seletivos de informações, ao excesso das prisões preventivas, para a espetacularização dos julgamentos, às restrições ao direito de defesa e ao trabalho dos advogados".

Lula recebeu até R$ 50 milhões de propina de Angola, revela Cerveró

A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição de 2006 teria contado com até R$ 50 milhões de propina proveniente da compra de US$ 300 milhões em blocos de exploração de petróleo na África, de acordo com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
As informações de Nestor Cerveró, que já dirigiu a área Internacional da estatal, foram dadas a investigadores da Operação Lava Jato durante negociações para fechar seu acordo de delação premiada e foram reveladas pelo jornal Valor Econômico.
Cerveró afirma que soube do repasse por meio de Manuel Domingos Vicente, ex-presidente do conselho de administração da estatal petrolífera de Angola, a Sonangol, e hoje é vice-presidente do país.
"Manoel Vicente foi explícito em afirmar que, dos US$ 300 milhões pagos pela companhia estatal Petrobras a Sonangol, estatal de petróleo de Angola, retornaram ao Brasil como propina para financiamento de campanha presidencial do PT com valores entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões."