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PMDB

- Publicada em 14 de Janeiro de 2016 às 18:27

Temer procura Jucá para aliança com o Senado

 SENADOR ROMERO JUCÁ, FALA À  IMPRENSA APÓS PARTICIPAR DE REUNIÃO COM O PRESIDENTE DO SENADO, RENAN CALHEIROS, E MINISTROS, NA RESIDÊNCIA OFICIAL DO SENADO (WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL)

SENADOR ROMERO JUCÁ, FALA À  IMPRENSA APÓS PARTICIPAR DE REUNIÃO COM O PRESIDENTE DO SENADO, RENAN CALHEIROS, E MINISTROS, NA RESIDÊNCIA OFICIAL DO SENADO (WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL)


WILSON DIAS/ABR/JC
O vice-presidente Michel Temer propôs ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) um acordo que pode amarrar a ala do PMDB no Senado a sua candidatura à presidência do partido. Temer telefonou para Jucá, que está em férias na Itália, e ofereceu a ele a primeira vice-presidência do partido em sua chapa para a convenção, em março deste ano. O senador tem sido colocado como um potencial adversário do vice na disputa pelo comando da legenda.
O vice-presidente Michel Temer propôs ao senador Romero Jucá (PMDB-RR) um acordo que pode amarrar a ala do PMDB no Senado a sua candidatura à presidência do partido. Temer telefonou para Jucá, que está em férias na Itália, e ofereceu a ele a primeira vice-presidência do partido em sua chapa para a convenção, em março deste ano. O senador tem sido colocado como um potencial adversário do vice na disputa pelo comando da legenda.
O ex-ministro Eliseu Padilha, braço direito de Michel Temer, também procurou Jucá, com quem teve uma conversa na terça-feira passada. Segundo relatos de integrantes da cúpula do PMDB envolvidos nas negociações, caso Jucá aceite o acordo, existe até a possibilidade de ele assumir o comando da legenda de forma interina, após Temer se licenciar do cargo, como já fez em outras ocasiões.
Jucá teria indicado estar disposto a assumir a cadeira oferecida. Ele teria ressaltado, contudo, que antes de dar uma resposta definitiva, iria consultar os demais integrantes do grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que ensaiam lançar um nome para bater chapa com Temer na convenção do partido.
O gesto do vice, além de minar as movimentações de potenciais adversários numa disputa interna, sinaliza ao Palácio do Planalto uma sintonia com os senadores do PMDB que até aqui têm se colocado contra o avanço do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Dentro de parte da cúpula da sigla, há o entendimento de que o cenário atual é favorável ao governo no debate em torno do afastamento da petista. Alguns chegam a endossar, reservadamente, o discurso de integrantes do Planalto de que, hoje, dificilmente o impeachment passa pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Paralelamente à aproximação com o grupo do Senado, existe a possibilidade de o secretário-geral do partido, deputado Mauro Lopes (MG), assumir, na próxima semana, a Secretaria de Aviação Civil. O ingresso de Lopes na pasta - além de atender a parte da bancada mineira e ao grupo de Temer - deverá acarretar a diminuição dos espaços políticos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais algozes do governo.
Conforme relatos, entre as possíveis mudanças previstas para ocorrer na estrutura da Secretaria de Aviação Civil com o ingresso de Lopes está a demissão do diretor comercial da Infraero, André Luis Marques de Barros, cargo atualmente sob indicação de Cunha.
Outro efeito esperado pelo governo com a indicação de Mauro Lopes para a Secretaria de Aviação Civil é o esvaziamento da candidatura do deputado Leonardo Quintão (MG) para a liderança do PMDB da Câmara. O deputado representa o grupo da bancada pró-impeachment. Apoiado por Eduardo Cunha, Quintão pretende disputar, no próximo mês, o cargo com o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), ligado ao Planalto.
Alçado para o comando da Secretaria de Aviação Civil, a tendência é que Lopes consiga levar pelo menos quatro dos sete votos da bancada mineira do PMDB para Picciani.
Na operação para desmontar a candidatura à liderança do grupo pró-impeachment, também estão em curso negociações para que o deputado Newton Cardoso Júnior (MG) fique com o cargo de primeiro vice-líder da legenda na Câmara. As costuras nos bastidores levam em conta o fato de que Picciani deverá se afastar da liderança no fim do ano para viajar pelo País, em campanha para disputar a presidência da Câmara. Newton Cardoso Júnior poderá assumir o comando da bancada d e trabalhar na sucessão do deputado fluminense.

Senadores peemedebistas resistem a acordo para a sucessão presidencial do partido

Apesar dos esforços do vice-presidente Michel Temer em se aproximar da bancada do PMDB no Senado a fim de evitar uma disputa interna pelo comando nacional da sigla, os senadores peemedebistas resistem a aceitar acordo oferecido pelo peemedebista.
Para evitar uma candidatura rival, o vice-presidente ofereceu a manutenção do líder do PMDB, Eunicio Oliveira (CE), no cargo de tesoureiro.
A oferta, no entanto, é considerada insuficiente pela bancada do PMDB no Senado. Os senadores exigem mais espaço no comando do partido, bem como maior representação de seus estados no comando da sigla. "O que temos que fazer é encontrar entendimento dentro de nossas divergências", afirmou Eunício.
Além de abrir espaço ao Senado Federal, o vice-presidente também está trabalhando com os convencionais, com prioridade para Minas Gerais e Rio de Janeiro, que detêm maior representação na convenção nacional. Temer fará, entre 28 de janeiro e 5 de março, viagens aos estados prioritários para conquistar apoio para a sua reeleição.
O peemedebista também está disposto a aumentar a representação no comando do partido dos dois estados. Ele pretende procurar, na próxima semana, o presidente do PMDB no Rio de Janeiro, Jorge Picciani, que também preside a Assembleia do Rio.
O filho de Jorge, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), líder do PMDB na Câmara, já anunciou apoio à candidatura de Renan Calheiros, o que causou preocupação ao grupo de Michel Temer.
Temeroso em perder o comando da sigla, o vice-presidente colocou o processo de impeachment de Dilma (PT) em "banho-maria" e tem se dedicado integralmente à sua reeleição.
Sob a orientação de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a presidente tenta um armistício com Temer e está disposta a dar maior protagonismo ao vice, na área política como econômica.