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Opinião

- Publicada em 06 de Janeiro de 2016 às 18:57

A morte do Griô Nilo Feijó

Em 5 janeiro de 2016, morreu Nilo Feijó. Discorrer sobre sua bem-sucedida trajetória pessoal e profissional é desnecessário, e até faltaria espaço. Ao sair da cerimônia de cremação, no dia 6, passei pela avenida João Pessoa e li, no alto de um prédio, a frase amor ao próximo. Lembrei que era o que Nilo professava. Chegando à Redenção, recordei que, em seu início, a mesma foi refúgio dos negros escravizados. Lembrei que Nilo foi negro orgulhoso de sua etnia. Seus cabelos brancos, no rosto magro e sorriso fácil, revestiam sua constante elegância no falar, andar, vestir e orar. Compôs para nossa escola do coração, os Imperadores do Samba, verdadeiro hino: Magoei - Magoei/Magoei você/ Você partiu chorando sem reclamar/ Agora que chora sou eu/ Implorando pra você voltar/ Quem te chama sou eu, amor/ Sou eu que estava cego/ Não vi teu valor/ Sou eu que a saudade com sua dor puniu/ E hoje sofre o que você sofreu/ Quando partiu.
Em 5 janeiro de 2016, morreu Nilo Feijó. Discorrer sobre sua bem-sucedida trajetória pessoal e profissional é desnecessário, e até faltaria espaço. Ao sair da cerimônia de cremação, no dia 6, passei pela avenida João Pessoa e li, no alto de um prédio, a frase amor ao próximo. Lembrei que era o que Nilo professava. Chegando à Redenção, recordei que, em seu início, a mesma foi refúgio dos negros escravizados. Lembrei que Nilo foi negro orgulhoso de sua etnia. Seus cabelos brancos, no rosto magro e sorriso fácil, revestiam sua constante elegância no falar, andar, vestir e orar. Compôs para nossa escola do coração, os Imperadores do Samba, verdadeiro hino: Magoei - Magoei/Magoei você/ Você partiu chorando sem reclamar/ Agora que chora sou eu/ Implorando pra você voltar/ Quem te chama sou eu, amor/ Sou eu que estava cego/ Não vi teu valor/ Sou eu que a saudade com sua dor puniu/ E hoje sofre o que você sofreu/ Quando partiu.
Nilo Feijó foi nosso Griô em face da cultura acumulada aos 82 anos. Chama-se griot (pronúncia: "griô") ou ainda jeli (ou djéli) personagem na hierarquia social dos países da África Ocidental, cuja função é de informar, educar e entreter. Um repórter de seu tempo. Lembra o repentista brasileiro ou o nosso pajeador, com a diferença de que constituem seleto grupo (costumam casar-se somente com outros griots ou griottes, seu equivalente feminino), assumindo posição de destaque em seu meio, pois este é considerado mais que um simples artista. O griot é antes de tudo o guardião da tradição oral de seu povo, um especialista em genealogia e na história cultural de seu povo.
Nilo Feijó no último dia 31 de dezembro compareceu no tradicional evento carnavalesco promovido pela Banda do Bolinha na Vila do IAPI. Cantou, brincou, dançou e disse:
Vim me despedir de meu povo.
Mestre Nilo, teu povo te reconhece como um dos nossos mais autênticos Griôs.
Escritor
 
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