Ministros das Relações exteriores árabes, com exceção do Líbano, condenaram, em um comunicado divulgado ontem, o que eles chamaram de "intromissão" do Irã nos assuntos árabes. Os ministros acusaram o Irã de violar os acordos internacionais ao não proteger intencionalmente postos diplomáticos sauditas, em um comunicado divulgado após uma reunião de emergência fechada. A reunião de emergência foi solicitada pela Arábia Saudita para discutir os ataques.
O Líbano, que tem uma grande população xiita e é o lar do poderoso grupo militante xiita Hezbollah, foi a única voz discordante. O ministro das Relações Exteriores libanês, Gibran Bassil, disse em um comunicado que o seu país tinha rejeitado a instrução, porque ele também condenava o Hezbollah por suposta interferência no Bahrein.
Os manifestantes em Teerã invadiram a embaixada saudita e um consulado saudita em outra localidade do país, depois de a Arábia Saudita executar o sheik Nimr al-Nimr, um clérigo e líder da oposição xiita proeminente, no início deste mês.
O ministro do Exterior dos Emirados, o sheik Abdullah bin Zayed Al Nahyan, que liderou a reunião de emergência, afirmou que o ataque à embaixada ocorreu "sob o nariz e ao alcance da audição das forças de segurança". Já o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir, ressaltou que as nações árabes podem confrontar a República Islâmica se esta não mudar suas maneiras, sem dar mais detalhes.
O chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, informou que os ministros das Relações Exteriores da região discutirão os passos que podem tomar contra o Irã nas reuniões que ocorrerão ao longo dos próximos dois meses. Al-Jubier acrescentou que não havia nenhum prazo real para tais medidas. "Nós não queremos conflitos. Nós não queremos guerra", disse Al Nahyan a jornalistas.