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- Publicada em 27 de Janeiro de 2016 às 22:39

Estado altera entrega de remédios a transplantados

Gabbardo explicou que hospitais podem optar por distribuir os remédios aos pacientes

Gabbardo explicou que hospitais podem optar por distribuir os remédios aos pacientes


FREDY VIEIRA/JC
Jessica Gustafson
No ano passado, foram realizados 2.274 transplantes no Estado, o que representa um recorde histórico. Em 1996, por exemplo, foram feitos apenas 275 procedimentos. Ao longo dos anos, a quantidade de cirurgias vem crescendo progressivamente, totalizando mais de 20 mil transplantados no Rio Grande do Sul. Embora a qualificação do setor tenha avançado consideravelmente, ainda existem desafios. Um deles é a necessidade do uso de medicamentos pelo resto da vida.
No ano passado, foram realizados 2.274 transplantes no Estado, o que representa um recorde histórico. Em 1996, por exemplo, foram feitos apenas 275 procedimentos. Ao longo dos anos, a quantidade de cirurgias vem crescendo progressivamente, totalizando mais de 20 mil transplantados no Rio Grande do Sul. Embora a qualificação do setor tenha avançado consideravelmente, ainda existem desafios. Um deles é a necessidade do uso de medicamentos pelo resto da vida.
Com o objetivo de facilitar o cotidiano dessas pessoas, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) lançou ontem uma nova política de dispensação de remédios para a população que passou por transplante. A partir de agora, os hospitais interessados na medida vão receber os medicamentos antecipadamente e distribuir aos pacientes durante os atendimentos. Atualmente, os transplantados precisam pegar a receita nas instituições de saúde e se dirigir à Farmácia do Estado.
"As pessoas que passam por uma cirurgia dessas normalmente precisam de tratamento contínuo com imunossupressores. Nós compraremos os medicamentos e entregaremos aos hospitais com 90 dias de antecedência para que seja montado um estoque e eles não fiquem em falta", explica o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. Ele admite que existem problemas pontuais na retirada dos medicamentos na Farmácia do Estado. "Cerca de 85% das pessoas que se dirigem ao local conseguem retirar o que precisam. Uma minoria não consegue receber o remédio naquele dia. Queremos reduzir isso a partir da descentralização", afirma. De acordo com Gabbardo, o Estado gasta anualmente cerca de R$ 20 milhões com esses remédios.
A questão dos medicamentos não é o único entrave que envolve os transplantes. Cerca de 40% dos procedimentos que deixam de ser realizados quando existe um potencial doador é por recusa das famílias. O segundo motivo é conseguir manter em boas condições a pessoa que faleceu por morte encefálica. A retirada dos órgãos pode ser feita em até 72 horas após a morte, desde que o paciente continue com os aparelhos necessários.
Segundo Roberto Manfro, presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e chefe da Unidade de Transplante Renal do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo, e o Rio Grande do Sul é o líder em procedimentos. "O desafio é manter isso. As negativas das famílias precisam ser trabalhadas com a educação da sociedade. É muito difícil que se negue o órgão de uma pessoa que manifestou interesse em ser doador. Nossas equipes também precisam ser treinadas para dar segurança aos familiares e explicar o que é uma morte encefálica", ressalta.
Atualmente, cerca de 1.200 pessoas aguardam por transplantes no Estado, a maioria à espera de um rim. Este foi o procedimento mais realizado no ano passado, com 557 cirurgias.
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