Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2016 às 21:51

Tupanciretã busca solução para frigorífico

 Frigorífico de Tupanciretã  foto Luis Afonso Costa/O Semanário

Frigorífico de Tupanciretã foto Luis Afonso Costa/O Semanário


LUIS AFONSO COSTA/O SEMANÁRIO/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Em meio a um processo de alienação de partes do patrimônio estatal pelo governo do Estado, um novo personagem deve entrar neste cenário em breve: um frigorífico, localizado em Tupanciretã, sem qualquer atividade desde o ano passado. Antes concedida a um empresário local, a unidade, atualmente desativada, deixou pelo menos 120 funcionários sem emprego no município da região Central, cuja prefeitura pleiteia a sua doação. Um encontro nas próximas semanas entre os executivos estadual e municipal deve dar início ao encaminhamento.
Em meio a um processo de alienação de partes do patrimônio estatal pelo governo do Estado, um novo personagem deve entrar neste cenário em breve: um frigorífico, localizado em Tupanciretã, sem qualquer atividade desde o ano passado. Antes concedida a um empresário local, a unidade, atualmente desativada, deixou pelo menos 120 funcionários sem emprego no município da região Central, cuja prefeitura pleiteia a sua doação. Um encontro nas próximas semanas entre os executivos estadual e municipal deve dar início ao encaminhamento.
Segundo o secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, a hipótese é possível, mas ainda depende de avaliação da parte legal. "Não tem por que permanecer com a posse da planta, o Estado não tem interesse neste momento em que quer se desfazer do que for possível", argumenta Polo. O titular da pasta explica que, enquanto a conversa não avançar, a intenção é de levantar a existência de interessados pelo frigorífico, cujo valor ainda não foi avaliado.
Antigamente propriedade da Cooperativa Rural Serrana, do município, o frigorífico teria sido incorporado ao Estado em troca de dívidas após a falência da entidade, na década de 1980. Anos depois, segundo o prefeito de Tupanciretã, Carlos Augusto Brum de Souza (PP), teria sido concedido por 20 anos ao empresário Pedro Burtet, período encerrado no ano passado. A estrutura teria funcionado até novembro, fazendo a desossa e preparação de cortes de suínos de forma terceirizada a empresas catarinenses. Com o fim das atividades, pelo menos 120 funcionários acabaram demitidos. "Em uma cidade que não tem emprego, é um grande problema social", argumenta Souza.
Para pleitear a doação junto ao governo estadual, uma comissão formada pelo prefeito e alguns vereadores foi criada. O objetivo final é repassar o frigorífico para alguma empresa de grande porte, com capacidade de investir e, com isso, retomar a atividade de abate bovino na unidade, de acordo com o vereador Claudiomiro Cordeiro dos Santos (PT). "É o maior frigorífico da América Latina em área de armazenamento, com câmaras frias muito grandes", conta o vereador sobre os atrativos da unidade que, em seus cinco andares, no auge, teria chegado a 800 abates por dia. O frigorífico, ainda listado com o nome da empresa Agropastoril BS, de Burtet, inclusive conta com inspeção federal, do tipo MB1 (com velocidade de abate superior a 80 cabeças/hora, a maior classe existente) e é, portanto, habilitável à exportação.
Outra preocupação, segundo Santos, é o fato de que, nos últimos anos, cerca de 200 famílias passaram a ocupar o terreno do frigorífico, de cerca de 90 hectares. "Nos preocupa, porque, sem atividade, daqui a pouco, podem ocupar a unidade também", argumenta.
Por outro lado, a estrutura antiga pode ser um empecilho, segundo o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), Zilmar Moussalle. "É um frigorífico de difícil conservação. Além de ser muito grande, com abate no quinto andar, o que faz com que os animais tenham de subir uma rampa muito íngreme", relativiza o diretor. Em termos históricos, porém, Moussale classifica a unidade como um "baluarte", tendo exportado, no seu auge, para vários países, inclusive aos EUA, bem diferente da situação atual. "Cerca de 65% da população de Tupanciretã é do meio rural, e não tem um abatedouro na cidade. Hoje, a carne é quase toda clandestina na região", lamenta Santos.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO