A reunião ocorrida ontem entre representantes da montadora GM e do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, para tratar do pagamento da segunda parcela do Programa de Participação nos Resultados (PPR), acabou sem atingir um consenso.
Um novo encontro será realizado hoje para debater o assunto, porém o diretor do sindicato Valcir Ascari adianta que, se não for fechado um acordo em breve, a tendência é que os funcionários entrem em greve a partir da próxima segunda-feira.
De acordo com o dirigente, a companhia não quer pagar a segunda parcela do PPR alegando que a meta do ano passado não foi cumprida. No entanto, Ascari diz que houve queda de produção devido a fatores externos, como greve de cegonheiros (caminhoneiros que fazem o transporte dos automóveis produzidos na fábrica) e problemas com o fornecimento de componentes como motores. O diretor defende que o colaborador da GM não pode sofrer por razões que saem do seu controle. Segundo o sindicato, faltaram 18 mil carros para que a meta de 2015 (285 mil automóveis) fosse completamente atingida. "A GM pode até não pagar (o PPR), mas vai se arrepender", ameaça. Ontem pela manhã, os metalúrgicos fizeram uma paralisação de duas horas na empresa TI Automotive, sistemista da montadora em Gravataí. Ascari adianta que outras manifestações deverão acontecer, contudo prefere não dar detalhes sobre essas ações. O dirigente acrescenta que os funcionários da GM também estão preocupados com o lay-off (suspensão de contrato de trabalho) e a concessão de férias coletivas prevista para o período de 11 a 28 de fevereiro. Não é a primeira discussão enfrentada pela GM neste ano, no País, quanto à participação em resultados. Neste mês, o tema motivou greve dos trabalhadores da unidade de São José dos Campos (SP).