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Contas Externas

- Publicada em 26 de Janeiro de 2016 às 18:57

Rombo do setor externo reduz 43% em 2015

 Movimentação no Porto de Rio Grande. Comércio exterior. Exportação. Importação. Navios. Divulgação SUPRG.  publicada no dia 18/11/2015

Movimentação no Porto de Rio Grande. Comércio exterior. Exportação. Importação. Navios. Divulgação SUPRG. publicada no dia 18/11/2015


SUPRG/DIVULGAÇÃO/JC
Crise e dólar foram os responsáveis pelo forte ajuste internacional da economia brasileira no ano passado - o maior dos últimos 13 anos. O rombo do setor externo ficou em US$ 58,9 bilhões em 2015, 43% menor do que o déficit de US$ 104,2 bilhões visto no ano anterior. A série histórica mais atualizada tem início em 2010, e o resultado negativo do ano passado foi o mais baixo desde então.
Crise e dólar foram os responsáveis pelo forte ajuste internacional da economia brasileira no ano passado - o maior dos últimos 13 anos. O rombo do setor externo ficou em US$ 58,9 bilhões em 2015, 43% menor do que o déficit de
US$ 104,2 bilhões visto no ano anterior. A série histórica mais atualizada tem início em 2010, e o resultado negativo do ano passado foi o mais baixo desde então.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, projetou, para janeiro, um déficit de US$ 6,7 bilhões em conta-corrente. Até sexta-feira, dia 22, a remessa de lucros e dividendos somava US$ 124 milhões. No mesmo período, o gasto com juros foi de US$ 3,276 bilhões e as despesas líquida com viagens, de
US$ 180 milhões. Nesta última conta, entram despesas no valor de US$ 664 milhões e receitas no total de US$ 484 milhões. Maciel informou que nos primeiros 22 dias deste mês a saída de aplicações em ações foi de US$ 269 milhões, enquanto as saídas em Renda Fixa somaram US$ 1,094 bilhão.
Segundo Maciel, diante de um quadro de incertezas externas e internas, a realização de um ajuste de contas externas deve ser avaliado como um fato positivo. "Foi um ajuste muito expressivo em termos anuais", avaliou. Além disso, lembrou, foram poucos os momentos da história em que houve um registro como o apresentado ontem. Em todos os casos em que foi verificada uma mudança "dessa relevância", ressaltou, houve alteração do câmbio e da conjuntura econômica, como ocorreu o ano passado.
Em 2015, o dólar teve valorização de 48,5% em relação ao real. Além disso, a recessão econômica, que levou ao medo do desemprego e à perda da renda, proporcionou uma reviravolta das contas externas. "Temos dito que o câmbio é a primeira linha de defesa das contas externas, e isso ocorreu em 2015", disse Maciel.
O economista da RC Consultores, Thiago Biscuola, salientou que a desvalorização do dólar foi determinante para a melhora no balanço de pagamentos e, mesmo que 2016 não registre uma mudança nessa taxa tão significativa, o setor externo deve mostrar nova melhora em 2016. "Provavelmente, teremos uma outra queda intensa neste ano, para cerca de
US$ 38 bilhões", previu. A projeção do BC é de um saldo negativo de US$ 41 bilhões neste ano.
Na Rosenberg & Associados, há no front a possibilidade de o déficit em transações correntes neste ano ser ainda menor em função de uma possível intensificação da deterioração da atividade. "A trajetória de ajuste das contas externas é saudável e não se esperam problemas no balanço de pagamentos no curto prazo", escreveram os consultores em relatório a clientes. "As reservas internacionais e o fato de o Brasil ser credor líquido evitam uma crise ainda mais aguda do que a atravessada no momento", acrescentaram.
A grande responsável pela melhora das contas foi a balança comercial, que apresentou um superávit de US$ 17,7 bilhões no ano passado. Mas toda a composição do balanço acabou sendo beneficiada pela alta do dólar ou pela retração econômica - em alguns casos, os dois. As remessas de lucros e dividendo que as empresas instaladas no Brasil mandam para suas matrizes no exterior, por exemplo, caíram de US$ 31,2 bilhões, em 2014, para US$ 20,1 bilhões no ano passado.

Gasto de brasileiros no exterior cai 32%

Os gastos com viagens internacionais caíram 32% em 2015, segundo o Banco Central. O valor de US$ 17,4 bilhões acumulado no ano é o menor desde 2010 (US$ 16 bilhões). O encarecimento das viagens por causa da desvalorização do real e a queda na renda dos brasileiros são os principais fatores que influenciaram esse resultado.
O dólar mais barato não foi suficiente, no entanto, para atrair mais turistas estrangeiros ao País. As receitas com turismo também foram as menores desde 2010, somando US$ 5,8 bilhões. Houve queda de 15% em relação a 2014, ano cujo resultado foi influenciado pela Copa do Mundo de futebol. Mas o número também encolheu em relação ao período 2011-2013.
A queda nas despesas com viagens é um dos fatores que contribuíram para reduzir o déficit do Brasil nas suas transações de bens, serviços e rendas com outros países.