Fundo da Petrobras tem um retorno menor que do FGTS

A crise que se abateu sobre a Petrobras corroeu o ganho do trabalhador que, no passado, aplicou parte de seu fundo de garantia (FGTS) nas ações da estatal. Levantamento feito pela empresa de informação financeira Economatica mostra que a rentabilidade dos fundos mútuos de privatização (FMP-FGTS) perdeu até mesmo para a Taxa Referencial (TR) 3%, que remunera o dinheiro do FGTS.

O ganho nominal do FMP da Petrobras somou 91,48%, entre 17 de agosto de 2000 e 20 de janeiro de 2016. Nesse período, o FGTS rendeu 110,68%. Ou seja, a rentabilidade do fundo mútuo foi 19,2 pontos porcentuais inferior ao ganho do Fundo de Garantia. O resultado é ainda pior se for considerado o ganho real, descontada a inflação. No período, o poder aquisitivo dos fundos mútuos da Petrobras caiu 30%, considerando o IPCA, e o FGTS, 23,08%.

A aplicação perdeu de longe para investimentos mais conservadores, como aqueles atrelados ao Certificado de Depósitos Interbancários (CDI), que acompanha a taxa de juros do País - hoje em 14,25% ao ano. Até mesmo a poupança acumulou ganhos superiores aos fundos mútuos. De 31 de agosto de 2000 até agora, a tradicional caderneta teve ganho nominal de 227,15% e real, de 1,2%.

Na avaliação do coordenador do laboratório de finanças do Insper, Michael Viriato, o investidor que tem dinheiro aplicado fundo mútuo da Petrobras tem poucas opções. Se optar por retirar o dinheiro da aplicação e tiver de aplicar no fundo tradicional, o rendimento não será muito mais vantajoso. "A única alternativa é migrar para um fundo tradicional, cuja rentabilidade é entre 4% e 5% ao ano. Essa alternativa é quase tão ruim como a ação da Petrobras."