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Mercado Financeiro

- Publicada em 17 de Janeiro de 2016 às 20:29

Ações da Petrobras viram aposta de risco


As ações da Petrobras, que já foram as mais populares entre os pequenos investidores pessoa física, derretem desde o início de 2014, quando foi revelado o escândalo de corrupção pela Operação Lava Jato. No período, os papéis preferenciais (sem voto e os mais negociados) recuaram 69% - de R$ 16,75 para R$ 5,17 na sexta-feira.
As ações da Petrobras, que já foram as mais populares entre os pequenos investidores pessoa física, derretem desde o início de 2014, quando foi revelado o escândalo de corrupção pela Operação Lava Jato. No período, os papéis preferenciais (sem voto e os mais negociados) recuaram 69% - de R$ 16,75 para R$ 5,17 na sexta-feira.
Embora estejam baratas, as ações não são uma boa opção de investimento, segundo analistas do mercado. Isso porque não há perspectiva de recuperação no petróleo, a estatal reduziu brutalmente os investimentos, poderá ter produção e receitas menores, e ainda corre risco de pagar indenização bilionária nos EUA.
"Analisando a companhia, não vemos nenhum motivo para o cliente se posicionar na ação", diz Ricardo Kim, analista-chefe da XP Investimentos. "É importante que o investidor entenda que não é porque o preço caiu muito que ele vai voltar a subir."
Segundo Roberto Indech, da Rico Corretora, a recomendação aos clientes que já tiverem papéis da companhia é manter o investimento neste momento. Para aqueles que não possuem as ações, o melhor é ficar longe delas.
Quem tem parte do FGTS aplicado na estatal, por outro lado, pode manter o investimento. A única opção é resgatar o dinheiro e migrá-lo para a conta vinculada do FGTS, que rendeu 3% mais a TR -4,7% em 2015. No mesmo período, os fundos FGTS-Petrobras deram 4,54%.
Além da queda nos preços do petróleo, a estatal sofre com o alto endividamento, a maioria em dólar. A dívida da estatal soma US$ 130 bilhões, a maior das petroleiras.
A companhia tem queda nas receitas causada pela desvalorização do petróleo. O atual plano de negócios considera o barril de petróleo a US$ 45; na sexta-feira, o valor chegou a US$ 28,94.
A queda das ações da estatal foi um dos fatores que levaram o Ibovespa, principal índice brasileiro, a cair 2,36% na sexta-feira, para 38.569 pontos. Neste ano, a desvalorização da bolsa chega a 8,9%. O dólar subiu, fechando em R$ 4,0484.

O que fazer com os papéis da Petrobras

As ações estão baratas. Vale a pena comprar?
De acordo com analistas, não. Embora já tenham se desvalorizado muito, os papéis não dão sinais de que voltarão a subir no curto e médio prazo. E há outros ativos mais interessantes para quem quer aplicar dinheiro em Bolsa neste momento, afirmam

Já tenho papéis da estatal. Devo vender?
Depende da fatia investida. Se a Petrobras representar a maior parte do seu portfólio de ações, o ideal é se desfazer de parte desses papéis. Caso a exposição seja média ou pequena, é melhor mantê-las

Comprei as ações por um preço muito superior. Vale comprar agora para reduzir o custo médio e reduzir perdas quando elas voltarem a subir?
Não. Segundo especialistas, essa estratégia só vale a pena em casos de empresas com perspectiva de valorização futura, o que, por enquanto, não é o caso da petroleira

O que fazer com o FGTS em ações da Petrobras?
Como a alternativa é levar os recursos para a conta vinculada do FGTS, que rendeu só 4,7% em 2015, pode ser melhor continuar com as ações da Petrobras; no ano passado, esses fundos renderam 4,5%

E se a empresa quebrar?
Como é controlada pelo governo, o risco de quebra é o mesmo de o país ficar insolvente, segundo a visão das agências de risco. Antes de isso acontecer, a empresa seria socorrida pelo governo. Em caso de inviabilidade, as ações teriam queda intensa nas semanas anteriores, levando os investidores a perder praticamente todo o dinheiro aplicado

A estatal pode ser vendida?
Não seria fácil. Controlada pela União, teria de ser incluída no PND (Programa Nacional de Desestatização), que prepara as privatizações. A privatização também enfrentaria muita resistência
Fonte: Folhapress