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Economia

- Publicada em 03 de Janeiro de 2016 às 19:18

Para economistas, desemprego será maior em 2016 do que no ano passado

Agronegócio é o único setor que deve seguir com bom desempenho

Agronegócio é o único setor que deve seguir com bom desempenho


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Em 2015, os brasileiros enfrentaram o fechamento de postos de trabalho em decorrência das dificuldades econômicas no País. Em 2016, o cenário pode se repetir, segundo avaliação de especialistas.
Em 2015, os brasileiros enfrentaram o fechamento de postos de trabalho em decorrência das dificuldades econômicas no País. Em 2016, o cenário pode se repetir, segundo avaliação de especialistas.
Para o vice-diretor da Faculdade de Economia da UFF (Universidade Federal Fluminense), Renaut Michel, a taxa de desemprego no Brasil deverá continuar crescendo em 2016, por causa da queda no nível da atividade econômica. "Não há nenhum tipo de expectativa positiva", disse o especialista em mercado de trabalho.
Para Michel, embora a construção civil, um dos setores que mais empregam no País, tenha sentido mais os impactos da crise, outros setores da indústria poderão ser afetados neste ano. "A indústria já vem mal há um bom tempo. Enfrenta um problema sério de perda de competitividade, de queda de investimentos. Minha expectativa é que continue um ano muito ruim para a indústria, mas, em alguma medida, vai afetar também o comércio e o serviço, porque o ambiente de incertezas está levando as famílias a consumirem menos. Em consequência disso, os empresários investem menos, e os bancos também não emprestam."
O único setor que deve continuar apresentando bom desempenho é o agronegócio. "Mas não vai conseguir ser suficiente para minimizar o impacto muito ruim da trajetória do emprego nos próximos meses", acrescentou.
Já o professor João Luiz Maurity Sabóia, do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), lembra que, em outubro do ano passado, a taxa de desemprego era 7,9%, conforme a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. A taxa era praticamente a mesma registrada em 2008, que foi 7,5%, no auge da crise econômica internacional.
"Foram 10 anos de melhoras sucessivas no mercado de trabalho, e boa parte disso, infelizmente, em um ano de recessão, foi revertida", disse o professor, em referência ao salário e ao número de postos de trabalho gerados no período.
Para Sabóia, os problemas enfrentados em 2015 causaram efeito pior no mercado de trabalho, em comparação aos impactos da crise internacional. "Aquilo (2008) foi um momento de desaceleração, mas não chegou a ser de piora do mercado de trabalho. E você sustentou esse movimento, praticamente, até o ano passado."
Os metalúrgicos foram umas das categorias afetadas pelo desemprego no ano de 2015. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e São Gonçalo, Edson Rocha, 7,5 mil metalúrgicos foram demitidos nos dois municípios. Desses, 3,3 mil ainda não receberam indenização. A maioria dos demitidos da construção naval está "fazendo bicos" enquanto não arruma um novo emprego, relatou Rocha.
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