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A voz do Pastor

- Publicada em 21 de Janeiro de 2016 às 00:10

Senhora dos Navegantes

Neste ano de 2016, os devotos de Nossa Senhora dos Navegantes celebram 141 anos de devoção e reconhecimento, prece e gratidão. Devotos de distintas manifestações de fé veem, na Senhora dos Navegantes, amparo seguro, socorro firme, consolação terna, intercessão favorável.
Neste ano de 2016, os devotos de Nossa Senhora dos Navegantes celebram 141 anos de devoção e reconhecimento, prece e gratidão. Devotos de distintas manifestações de fé veem, na Senhora dos Navegantes, amparo seguro, socorro firme, consolação terna, intercessão favorável.
Os que acorrerem à Igreja do Rosário, no Centro da cidade, para a celebração da novena, encontrarão também a possibilidade de fazer a experiência do "Jubileu da Misericórdia", transpondo o portal daquele templo e recordando as obras de misericórdia.
"Misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro. Misericórdia é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida. Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação de nosso pecado." (MV, n.2)
A piedade cristã invoca Maria como Mãe de Misericórdia. Ela, assim narram os evangelistas, experimentou, de forma particular, o amor de Deus pela humanidade. Ela foi tocada pela misericórdia divina, acolhendo, em seu ventre, a fonte da misericórdia: Jesus Cristo.
Inspirada em Maria, a Igreja, ao longo dos séculos, tem promovido o exercício de obras de misericórdia. Surgiram, assim, inúmeras iniciativas, tais como casas de acolhida para idosos, creches, escolas, hospitais, centros de acolhida para refugiados e peregrinos, abrigos, centros de atendimento para pobres e necessitados, espaços de escuta etc. Tais iniciativas marcadas pelo espírito cristão se transformam em oásis de misericórdia.
A Senhora dos Navegantes tem seu olhar misericordioso voltado para aqueles que necessitam de atenção, respeito humano, resgate da honra e da dignidade; para quem, no cotidiano, se empenha em ser misericordioso como o Pai é misericordioso. Os pobres e os que vivem em espírito de pobreza sabem que podem se refugiar sob este olhar misericordioso.
Máximo, o confessor, que viveu no sexto século, escreveu uma obra intitulada "A Vida de Maria", na qual afirma: "a sua misericórdia não era somente para os parentes e os conhecidos, mas também para os estranhos e inimigos, porque era verdadeiramente a Mãe da Misericórdia, a Mãe do Misericordioso (...), a Mãe daquele que por nós se encarnou e foi crucificado, para infundir em nós, inimigos e rebeldes, a sua misericórdia".
No dia 2 de fevereiro, os porto-alegrenses expressam sua devoção e confiança na Senhora dos Navegantes, Mãe de Misericórdia. Sabemos ser viandantes, peregrinos, navegantes nos mares da vida. Somos também confrontados com possibilidades, desafios, situações em que precisamos de misericórdia ou devemos agir com misericórdia. Nesse exercício decidido, talvez experimentemos ainda uma vez a força da graça e da misericórdia que nos leva a melhor compreender nossa condição. Fomos, sim, criados à imagem e semelhança do "Pai das misericórdias", porém somos frágeis e contraditórios. Trazemos em nós o ardente desejo de ser pessoas íntegras e integradoras; mas também sentimos a força do mal que se manifesta de tantos modos em nós e entre nós.
Vivendo essa tensão, elevamos os olhos para a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes e percebemos o que está para além da imagem: uma figura de mulher que nos inspira e nos faz sentir a força necessária para superar adversidades e contradições, fragilidades e maldades, pecado e morte. Caminhamos, ora em silêncio e prece, ora cantando e rezando, na firme certeza de que ela nos acompanha com seu olhar materno, sussurrando em nosso ouvido: "façam tudo o que meu Filho vos disser".
Nesta festa de Navegantes, pedimos: Mãe de Misericórdia, Senhora dos Navegantes, lançai o vosso olhar sobre o nosso povo, mostrai-nos o rosto do vosso Filho e fazei-nos compreender nossa dignidade e nossa tarefa: seguidores, discípulos e testemunhas de misericórdia, de paz e de fraternidade.
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