Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

agronegócios

- Publicada em 15 de Janeiro de 2016 às 12:07

Novos horizontes para o campo

 Drone da franquia Geaap  em funcionamento - Foto Divulgação

Drone da franquia Geaap em funcionamento - Foto Divulgação


GEAAP/DIVULGAÇÃO/JC
Verificada a necessidade de expandir a partir dos ótimos resultados obtidos nos últimos anos, os empresários ligados ao agronegócio esbarram na mesma dúvida: como oferecer serviços de complexidade técnica estando longe das regiões produtoras atendidas pela empresa? A proximidade com o agricultor é tida como fundamental para o sucesso da empreitada. É nesse momento que a figura do franchising começa a aparecer como opção. Dessa maneira, as franqueadoras podem seguir investindo no desenvolvimento dos seus produtos, enquanto os franqueados estabelecem a relação com os clientes finais.
Verificada a necessidade de expandir a partir dos ótimos resultados obtidos nos últimos anos, os empresários ligados ao agronegócio esbarram na mesma dúvida: como oferecer serviços de complexidade técnica estando longe das regiões produtoras atendidas pela empresa? A proximidade com o agricultor é tida como fundamental para o sucesso da empreitada. É nesse momento que a figura do franchising começa a aparecer como opção. Dessa maneira, as franqueadoras podem seguir investindo no desenvolvimento dos seus produtos, enquanto os franqueados estabelecem a relação com os clientes finais.
Em primeiro lugar, entretanto, é necessário identificar se a companhia interessada possui uma operação que possa ser replicada. O Sebrae, entidade que possui capilaridade no interior do Brasil, em parceria com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), vem trabalhando na captação de empresas com essas características, além de colaborar no rearranjo administrativo. É necessário, por exemplo, tornar mais claros e ágeis os processos internos e criar uma rede confiável de comunicação entre os parceiros, o que não difere da estruturação realizada em outros setores, mais comuns no franchising, como moda, alimentação e serviços.
A parceria, ainda que incipiente, está se tornando uma tendência no Brasil, e as condições são favoráveis para que apresente bons resultados. Isso porque os dois setores - franchising e agronegócio - parecem descolados da retração econômica brasileira. Até o terceiro trimestre de 2015, último dado consolidado, as franquias acumulavam uma movimentação de R$ 99,385 bilhões no período, crescimento de 10%. O campo, por sua vez, apesar do aumento dos custos de produção, segundo balanço da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), com os resultados do ano passado, deve aumentar para 23% sua participação no PIB brasileiro.
Para a diretora da regional Sul da ABF, Fabiana Estrela, não há dificuldade de adaptação do modelo de negócio agrícola ao sistema de funcionamento das franquias. "A questão é que o setor ainda não tinha olhado para esse modelo de negócio como um canal de expansão, assim como acontecia com a indústria até pouco tempo atrás", opina a dirigente, citando o boom de franqueadores industriais ocorrido nos últimos dois anos. "É notável o interesse do agronegócio nos cursos de capacitação oferecidos pela ABF", afirma, ao destacar que as franquias ajudam a replicar o desempenho pujante do campo.

Procura por agricultura de precisão estimula crescimento da Geaap

Laboratório de Análises da Geaap - Foto Divulgação

Laboratório de Análises da Geaap - Foto Divulgação


GEAAP/DIVULGAÇÃO/JC
Fundada em 2008 com foco em tecnologia para a agricultura de precisão, a Geaap não demoraria para dar grandes saltos. Dois anos depois, construiu seu próprio laboratório de análise de solos, tamanha a demanda na sua área de atuação no triângulo mineiro, região Sudeste de Minas Gerais. Com sede própria em Uberlândia, oferece serviços como o de amostragem georreferenciada de solos e aplicação de insumos em taxas variadas utilizando vants (veículos aéreos não tripulados), uma espécie dos famosos drones.
O objetivo nunca foi expandir para outros locais, mas a demanda crescente de possíveis parceiros e clientes despertou uma mudança nos planos. Único proprietário da companhia, o diretor Estevão Parreira não se sentia em condições de gerir os negócios de novas sedes a longa distância. "Optei por manter o foco no desenvolvimento de tecnologia, algo que poderia fazer como franqueador. Enquanto isso, o contato direto com o produtor e a venda dos serviços ficaria a cargo dos franqueados, que têm conhecimento em suas regiões."
Com todos os projetos mapeados e o modelo empresarial formatado para o franchising, a Geaap estava pronta para abrir as primeiras unidades em dezembro de 2014. O ano seguinte começou, então, com faturamento previsto de R$ 3,5 milhões, sendo R$ 1 milhão oriundos de duas franquias em Araxá (MG) e Orizona (GO). Parreira diz que os dois primeiros anos foram para "azeitar as engrenagens" no franchising. Após ajustar, principalmente, o fluxo de informações entre os parceiros, a Geaap mira as regiões agrícolas do Centro-Oeste. A intenção é abrir 10 unidades neste ano, número considerado ideal para a atual estrutura disponível de laboratório, equipamentos e atendimento. "Conhece mineiro? A ideia é crescer de forma pautada, devagarinho", brinca.
Rodrigo Mendes de Miranda é franqueado em Orizona, e atende a outras sete cidades com um potencial de mercado superior a 400 mil hectares. "Estamos, em um primeiro momento, monitorando essa área e nos aproximando dos produtores", conta. Miranda e seu sócio possuem mais de uma década de experiência no ramo agrícola, embora não na gama de serviços oferecidos pela Geaap. Por isso, a opção pelo investimento em uma franquia. "Com esse modelo, adquirimos know-how de oito anos de mercado e apostamos em um tempo de retorno mais curto", completa. O investimento inicial para franqueados é de R$ 281 mil:
R$ 50 mil de taxa de franquia e o restante como capital de giro e compra de equipamentos. O prazo de retorno varia entre 24 e 36 meses, tendo em vista um planejamento para atender 10 mil hectares no primeiro ano, 20 mil no segundo e, no terceiro, 30 mil hectares.

H2Orta transfere tecnologia para franqueados

 Drone da franquia Geaap  em funcionamento - Foto Divulgação

Drone da franquia Geaap em funcionamento - Foto Divulgação


GEAAP/DIVULGAÇÃO/JC
Proprietário de uma assistência técnica de geladeiras, Ricardo Antônio Rotta fez uma mudança inusitada há 18 anos, quando criou a H20rta e foi produzir hortaliças em sistema de plantio em hidroponia. Hoje, com um contrato com a Cia. Zaffari, sua empresa, localizada no município gaúcho de Ivoti, fatura quase R$ 6 milhões por ano e aposta no modelo de franquias para expandir, uma vez que os produtos são perecíveis e precisam estar perto dos centros de consumo.
Atualmente, além da produção própria, são duas unidades em funcionamento: uma em Salvador do Sul, também no Rio Grande do Sul, e outra em Campo Largo, no Paraná. Uma terceira, em Tijucas, em Santa Catarina, deve entrar em operação em março deste ano. O tamanho da franquia e o investimento inicial são estabelecidos pelo mercado para qual irá fornecer. Uma região com 200 mil habitantes, por exemplo, geralmente inicia a operação em uma área de 2 mil metros quadrados após a aplicação de R$ 180 mil a R$ 250 mil. Capitais exigem investimento de R$ 450 mil. O prazo médio de retorno é de 28 meses.
O planejamento prevê mais quatro unidades até 2017, com foco em Joinville (SC), Londrina (PR), Uberlândia (MG), Campinas (SP) e em Brasília (DF). Nesses casos, os franqueados terão novas estufas de produção equipadas com um dispositivo de automação, desenvolvido pela franqueadora com base em modelos europeus, capaz de aumentar em 32% a produtividade em uma mesma área.
Todo o processo é explicado em um sistema de ensino a distância por meio de animações interativas que avaliam e qualificam o investidor e sua equipe operacional. O franqueado também deve fazer 80 horas de estágio presencial na unidade de Ivoti. "Avaliamos e corrigimos possíveis desvios do padrão de funcionamento. Além disso, todas as atualizações tecnológicas e de manejo são informadas em nossos canais de forma sistemática", explica.
A padronização é considerada fundamental para o sucesso do modelo, o que exigiu investimentos por parte da franquadora. Antes, a empresa criava um código de barras para cada franqueado, o que prejudicava a eficiência por não haver unicidade do produto em toda a cadeia. A opção, então, foi adotar o padrão mundial da Global Stardart One (GS1), entidade mundial representada no País pela Associação Brasileira de Automação - GS1 Brasil. A partir daí, cada item H2Orta ganhou uma numeração exclusiva para a distribuição de produtos.
O empresário Ronaldo Luis Ritter atua na área metalmecânica em Salvador do Sul (RS), onde sua família administra uma indústria de ventiladores. Não tinha experiência em agricultura quando decidiu investir em uma franquia da H2Orta. Sua unidade começou a operar no ano passado e está entrando no primeiro ano com produção completa. "Quando comecei a procurar um investimento, mal sabia como funcionava uma franquia", lembra. Com três mil metros quadrados, sua sede atende a cidades como Montenegro, Lajeado, Estrela, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, onde ficou com três lojas do contrato da franqueadora com a rede Zaffari.

MasterGeo estreia em 2016

As primeiras franquias ligadas ao agronegócio gravitam em torno de Minas Gerais. A MasterGeo, que possui duas unidades próprias em Divinópolis e em Belo Horizonte, escolheu 2016, quando completa 10 anos de atuação, para inaugurar as primeiras franqueadas. Após montar uma equipe de franchising dentro da companhia, o diretor Renan Magalhães Chaves estabeleceu como meta a abertura de 10 unidades no ano de estreia. A expansão começa nas regiões agrícolas de Minas Gerais e São Paulo.
O portfólio de serviços é amplo: topografia, georreferenciamento, consultoria em licenciamentos ambientais e preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), geoprocessamento em agricultura de precisão, realização de projetos de crédito rural e assessoria registral de imóveis. Para quem deseja fazer parte do grupo, o investimento inicial é de R$ 80 mil, sendo R$ 30 mil referentes a taxa de franquia e o restante destinado à implantação do negócio. O prazo médio de retorno é de 11 meses, com um faturamento entre R$ 45 mil e R$ 60 mil.
"Em um ano difícil economicamente, como o que se inicia, projetamos uma elevação de 30% no faturamento das unidades próprias", destaca Magalhães. A explicação para uma estimativa otimista em um cenário "difícil" está nos resultados dos últimos cinco anos, quando o desempenho financeiro sempre teve acréscimo superior a 50% a cada 12 meses. A questão, então, passou a ser encontrar a melhor maneira de dar o novo salto, e a resposta foi na proximidade com o cliente. "Daí o horizonte do franchising se abriu para nós", lembra Magalhães.
Como não havia franquias com o mesmo escopo da MasterGeo, era necessário quebrar um paradigma. "Só sabíamos fazer o trabalho técnico e fomos aprender a ser uma franqueadora", conta Chaves, que buscou formação junto ao Sebrae de Minas Gerais. Antes de lançar o projeto, em outubro de 2015, a MasterGeo detalhou todos os processos e desenvolveu manuais intuitivos. Hoje, um portal on-line apresenta treinamentos, informações da operação e outras referências para os futuros parceiros.